De novo a agricultura
O ministério da agricultura foi ocupado por um técnico competente, vindo de Bruxelas, e por mais duas nódoas que se limitaram a cumprir um objetivo – alocar recursos de acordo com critérios de interesse corporativo e territorial sem uma linha estratégica, sem uma visão de cadeia de valor.
A decisão que mais nos ataca a memória dos anteriores titulares foi a primeira – desligar o ar condicionado e abolir casacos e gravatas. Há sempre uma primeira oportunidade para causar uma primeira boa impressão…
Virada a página, o atual governo jogou pelo seguro – uma equipa experiente, conhecedora do campo e da arte, capaz de recolocar o esforço dos agricultores no centro da atividade governativa.
Há uns dias o primeiro-ministro e o ministro da agricultura presidiram à assinatura dos contratos com as associações de desenvolvimento local para a concretização de um dos eixos do programa quadro que vigorará até 2020. Poder-se-á perguntar sobre a razão de uma presença tão afirmada sob o ponto de vista institucional, mas a resposta é simples – o desenvolvimento do interior, o reforço da capacidade económica das regiões mais deprimidas, a consagração de uma leitura mais agregada ao território que fomente as nano iniciativas, são marcas que ficaram da sessão promovida.
Aproxima-se agora o tempo da execução. Sabemos, de experiência feita, que não basta desenhar os programas, consagrar formas elegantes e lógicas para a sua concretização. É importante um acompanhamento ao milímetro, uma medição diária de objetivos e, principalmente, uma perspetiva isenta na apreciação dos projetos.
A tudo isto interessa uma outra observação das iniciativas que não se revelem redundâncias dos anteriores quadros plurianuais. Sem uma visão integrada, comportando economia e território, gestão e marketing, será impossível o virar de página.
Estamos certos que se conseguirá. Sabemos que nada falta para que se consiga.