home

Crise das migrações exige resposta conjunta à escala europeia

Crise das migrações exige resposta conjunta à escala europeia

Não é estimulando ou exaltando os nacionalismos que a União Europeia pode resolver a crise das migrações, defendeu o primeiro-ministro em Salzburgo, referindo que só “uma resposta conjunta” dos 28 Estados-membros poderá ser suficiente.

Notícia publicada por:

Crise das migrações exige resposta conjunta à escala europeia

Para António Costa, o tema das migrações tem de ser encarado pelos europeus com o maior pragmatismo e em conjunto, chamando a atenção para a “ineficácia das soluções defendidas pelos nacionalismos”, alertando que este é um assunto que tem de ser encarado com responsabilidade e “ou há uma resposta à escala europeia, ou todas as respostas serão insuficientes”.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas na cidade austríaca de Salzburgo, ontem, à entrada para o jantar que antecedeu a reunião informal dos chefes de Estado e de Governo centrada no debate sobre as soluções para a crise das migrações, também na perspetiva da segurança interna da União Europeia, manifestando António Costa satisfação pelo facto de o tema estar hoje na ordem de trabalhos dos líderes europeus.

Sendo esta, em sua opinião, uma questão que atravessa toda a União Europeia, é justo e equilibrado, como referiu, que se peça a todos os Estados-membros que enfrentem em conjunto a problemática das migrações.

António Costa lembrou que só desta forma será possível executar um programa comum de desenvolvimento para o continente africano, “proteger as fronteiras externas do bloco comunitário, cumprir a responsabilidade de acolher quem tem direito à proteção internacional” ou, ainda, como realçou, de “repartir de uma forma solidária o dever de acolhimento de quem busca na Europa a oportunidade de reconstruir a sua vida”.

Não ceder nos valores do projeto europeu

O que é fundamental, contudo, alertou ainda o primeiro-ministro, é que todos os Estados-membros e os seus responsáveis políticos tenham uma abordagem pragmática da questão, não cedendo, em caso algum, “o ponto essencial que são os valores” pelos quais a Europa, como acentuou, se tem batido em matérias tão determinantes como os direitos humanos e a justiça social, prevenindo que, se a Europa viesse eventualmente a ceder nos valores, “perdia-se a razão da sua existência e aquilo que a diferencia no conjunto do Mundo”.

Para António Costa, este é um assunto que não deve ser observado, analisado ou discutido à luz de “quem paga mais ou quem recebe menos”, mas sobre a “dignidade da pessoa humana” e na perspetiva de quem está a sofrer e procura ajuda para as suas vidas, mas também na forma como a União Europeia vai delinear as soluções para este problema, não deixando de manter o seu “perfil de respeito pelo direito internacional e pela dignidade humana”.