Criação de emprego qualificado passa também pela aposta na formação de adultos
Falando aos jornalistas no Seixal, à margem da apresentação de uma nova unidade industrial da farmacêutica Hovione, Manuel Heitor defendeu que Portugal tem de apostar de forma sustentada e sem hesitações na formação “não só dos mais novos, como dos adultos”, recordando que se hoje o país conta com cerca de 120 mil jovens com 18 anos nascidos em Portugal, daqui a 12 anos, ou seja, um pouco mais de uma década, apenas poderá contar já só com 85 mil, um cenário que para o governante obriga a que Portugal saiba “atrair e qualificar”, o quanto antes, “mais jovens para a sua população ativa”.
Lembrando que Portugal é neste momento um dos países europeus “com uma população académica das mais jovens”, ou seja, cerca de 72% dos estudantes em Portugal têm menos de 25 anos, enquanto que média dos países do centro e do norte da Europa, incluindo o Reino Unido, é de 50%, Manuel Heitor sustenta que este cenário reforça também a necessidade de uma aposta forte na formação e na qualificação da população adulta, como forma de o mercado de trabalho nacional responder cada vez mais eficazmente à crescente criação de emprego em Portugal com “base no conhecimento”.
Neste sentido o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior defendeu que o país tem de formar e atrair mais jovens qualificados para o mercado nacional de trabalho, “sem esquecer igualmente a formação dos adultos”, sendo este na opinião de Manuel Heitor o caminho adequado que permitirá que Portugal renove e melhor as “competências da sua força de trabalho”, possibilitando que as empresas privadas disponham de condições para criarem, pelo menos, como referiu, “25 mil novos postos de trabalho na próxima década”.
Aumentar a despesa
Para que Portugal possa convergir com a Europa nas diversas áreas do conhecimento, referiu ainda o ministro, o país tem que “multiplicar” o investimento que hoje faz no sector, passando dos atuais cerca de 1,35% do PIB perto de 2.500 milhões de euros por ano, para 3% do produto, sendo esta na opinião de Manuel Heitor uma questão que não só envolve o Estado e as empresas privadas, mas também uma “formação alargada da população”.