Convergências
Esta grande noticia para a economia portuguesa, e que é ao mesmo tempo uma prova dos nove sobre a qualidade da governação, acontece num momento em que o País se mostra cada vez mais atrativo para o investimento externo, para a localização de empresas e para a instalação de pessoas, muitas delas qualificadas. Novos residentes provindos um pouco de todo o mundo, dinamizam a nossa economia e contribuem para compensar a nossa baixa taxa de fertilidade e a sangria de emigração provocada pelo ciclo de austeridade imposto pelo governo anterior.
Este ciclo de convergência do País com a União Europeia torna ainda mais premente a convergência interna, ou seja, o combate determinado ao aumento das assimetrias entre o litoral e o interior e aos processos de desertificação, que entre outras coisas, criam contextos favoráveis à ocorrência de tragédias humanas e patrimoniais como a que ocorreu no incêndio em Pedrogão Grande e nos Concelhos vizinhos.
Manter as populações no interior ou atrair para lá novos habitantes não é um processo fácil. Não bastam infraestruturas embora elas sejam essenciais. É preciso induzir dinâmicas integradas que associem oportunidades de emprego a ofertas de qualidade nos diferentes serviços para que se criem núcleos de povoamento com massa crítica e sustentabilidade.
Ao fim de muitos anos e quando muitos consideravam impossível, Portugal está a convergir com os Países mais desenvolvidos. O passo seguinte e inadiável é juntar à convergência externa, a convergência interna. São convergências que se podem reforçar mutuamente e se traduzem em melhor qualidade de vida para todos.