Convergência à esquerda permite governação estável e consistente para a legislatura
O Secretário-geral do PS falava à saída do hemiciclo de São Bento após a queda do Governo PSD/CDS com uma moção de rejeição ao seu programa.
“É importante fazermos a mudança com segurança, mas fazermos a mudança que os portugueses têm vontade, permitindo, nomeadamente, o aumento do rendimento das famílias, a criação de condições para o investimento de forma a retomarmos uma trajetória de convergência assente no crescimento e na criação de emprego”, disse.
António Costa reafirmou ainda o “escrupuloso cumprimento de todas as obrigações internacionais de Portugal, designadamente as decorrentes da participação na União Europeia e na zona euro”.
O Secretário-geral do PS sublinhou que “foi possível constituir uma alternativa, com suporte maioritário na AR, que permite a constituição de um Governo do PS, com o programa que aprovamos na Comissão Nacional – já resultado das negociações com BE, PCP e PEV”.
Por outro lado, António Costa afirmou ter “respeito e consideração” pelo primeiro-ministro demitido, desejando manter a “cordialidade democrática”, e desvalorizou a ameaça do vice-primeiro-ministro de vir a protagonizar uma oposição feroz ao futuro Governo do PS, considerando-a “fruto da emoção”.
Recorde-se que o líder socialista, numa manifestação de grande cultura democrática e republicana, fez questão de ir cumprimentar os líderes da coligação PSD/CDS-PP e a ministra das Finanças ainda na bancada governamental, após a aprovação da moção de rejeição do PS ao Programa do XX Governo Constitucional, com 123 votos favoráveis dos parlamentares socialistas, do BE, PCP, PEV e PAN, o que implicou a demissão do executivo PSD/CDS-PP.
António Costa disse ainda “respeitar” o Presidente da República, a quem “cabe a próxima palavra”.
“Vamos respeitar o Presidente da República. Neste momento, cabe ao Presidente da República a próxima palavra e seria uma enorme indelicadeza da minha parte antecipar-me ou substituir o Presidente da República”, afirmou.