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“Contas certas” do PS foram marca da legislatura

“Contas certas” do PS foram marca da legislatura

"Quatro anos depois, parece que agora é tudo fácil”, mas não podemos ceder “à demagogia”, afirmou Mário Centeno, na Convenção Nacional do PS. O ministro anunciou que o PS quer um aumento do investimento de 56%.

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“Contas certas” do PS foram marca da legislatura

“As contas certas foram uma marca da legislatura 2015/2019, com mais emprego, mais investimento, mais rendimento, mais produção, menos dívida, menos juros pagos e menos desemprego”, disse Mário Centeno.

Falando na Convenção Nacional do PS, que teve lugar este sábado, no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, o ministro das Finanças afirmou que o “investimento público aumentou 45%” nos últimos quatro anos e anunciou que, na próxima legislatura, “o investimento vai aumentar 56%”.

“Se nesta legislatura que agora termina, o esforço orçamental com o investimento público aumentou 45%, na próxima legislatura o esforço com o investimento vai aumentar 56%. É o que está inscrito no cenário macroeconómico do PS”, declarou o titular da pasta das Finanças.

Na apresentação das principais linhas estratégicas do programa eleitoral do PS, que decorreu durante a tarde, o responsável pela pasta das Finanças vincou que o investimento é um instrumento essencial para o crescimento económico e para a criação de emprego. “Mas para um crescimento económico e para uma criação de emprego que sejam sustentáveis”, salvaguardou.

A redução da divida para valores “abaixo dos 100%”, foi outra matéria do programa eleitoral salientada por Mário Centeno.

“No cenário macroeconómico deste programa eleitoral, temos como objetivo que a dívida fique até ligeiramente abaixo dos 100% em 2023, o que permitirá que Portugal deixe definitivamente o grupo de países com mais dívida pública, aproximando-se da Espanha, Bélgica e França. Só assim será possível manter um nível de juros baixos e investimento, não só público, como também privado”, disse.

Mário Centeno dirigiu várias críticas à oposição da direita, advertindo que a “política fiscal não pode ficar entregue à demagogia”, visto que, agora, em pré-campanha eleitoral, há quem pretenda passar a ideia de que “a despesa pública parece ser um bem sem limites”, disse com ironia.

“Quatro anos depois, parece que agora é tudo fácil e, portanto, a política fiscal está em leilão. Não podemos permitir que a política fiscal seja entregue à demagogia. Também sabemos que logo ao lado existe o leilão da despesa pública, que agora parece um bem sem limites”, criticou Mário Centeno.

Sucesso do país deixou direita “sozinha e perdida” nas contas

No período da manhã, o líder do Eurogrupo participou no debate ‘Contas Certas’, onde salientou o sucesso da política financeira do Governo, lembrando o descontrolo e as diversas medidas de correção orçamental feitas pelo anterior executivo.

“O tempo dos orçamentos retificativos e das derrapagens orçamentais é hoje passado. Se tivesse de usar um título para um filme do que teria sido esta legislatura para a nossa direita, então eu colocava o seguinte: sozinhos e perdidos nas contas. Foi isso que aconteceu exatamente ao longo da presente legislatura”, vincou.

Por seu lado, o Governo liderado por António Costa apresentou no início da legislatura “um plano – e cumpriu esse plano mês a mês, ano após ano”, sublinhou.

“Fizemo-lo porque sabíamos que tínhamos de mudar de políticas. Era crucial para o futuro do país que o Governo, no final de 2015, apresentasse um programa distinto daquilo que tinha acontecido nos últimos anos”, advogou.

A competência e rigor da governação socialista “trouxe ao país mais emprego, mais riqueza, mais salários”, afirmou Centeno.

“São muitos milhares de milhões de euros de salários a mais que hoje são pagos, atualmente, em Portugal face àquilo que acontecia em 2015. Se temos mais emprego, mais rendimento e contas certas, possuímos também por causa disso menos dívida, pagamos muito menos juros do que pagávamos e temos muito menos desemprego. A legislatura que termina é uma legislatura de sucesso nestas áreas”, concluiu Mário Centeno.

‘Boa Governação’

Por seu lado, Mariana Vieira da Silva fez uma síntese do debate que aconteceu durante a manhã sobre a ‘Boa Governação’ dos serviços públicos, tendo destacado quatro linhas-força: mais profissionais, mais qualificações, inovação e melhor acesso.

A Administração Pública sofreu com muitos anos sem entradas de pessoal, temos uma carência”, reconheceu a ministra da Presidência, acrescentando que, nos próximos anos, haverá “uma saída muito significativa” de funcionários públicos, o que exige uma aposta rápida nas qualificações.

Já a atual secretária de Estado, Alexandra Leitão, fez uma súmula do debate sobre as áreas de soberania do Estado – Defesa, Segurança, Justiça e Negócios Estrangeiros – para as quais deve ser feito um reforço.

“O que o PS propõe é que as áreas de soberania sejam reforçadas, mas também que tenham um novo paradigma: garantir os direitos de cidadãos e desenvolver o tecido económico de Portugal e, nesse sentido, estarem mais próximas dos cidadãos”, disse a cabeça de lista do PS por Santarém às próximas eleições legislativas.

É ainda necessário aumentar a atratividade das carreiras na Defesa, requalificar a rede de estabelecimentos prisionais e agilizar a Justiça, tornando-a mais célere, assim como apostar na formação inicial de magistrados.

No domínio da qualidade da democracia e descentralização, Cláudia Santos, candidata ‘número dois’ da lista do PS do distrito de Aveiro, sublinhou a promoção da educação para a cidadania como uma linha estratégica fundamental.