Consolidação assente no crescimento e não no prolongamento da austeridade
Na entrevista que concedeu ontem à RTP, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves, o Secretário-geral do PS reafirmou as prioridades económicas se for convidado a formar Governo, insistindo na ideia de que “o pior que pode acontecer para quem quer investir em Portugal é manter-se este clima de incerteza política”.
António Costa reafirmou que a estratégia plasmada no programa de Governo do PS “não assenta só no aumento do consumo, mas também na criação de melhores condições para haver investimento, inovação, internacionalização empresarial e aumento do rendimento disponível das famílias”.
Acrescentando que “é importante que estes movimentos se façam em simultâneo, porque as empresas não investirão se não virem melhorias também no mercado interno, seja pelo aumento do rendimento das famílias, em especial das de mais baixos rendimentos, seja pelo alívio da asfixia fiscal da classe média”.
Aumento do rendimento das famílias
Na entrevista, o líder socialista desmontou a ideia de que o aumento do consumo registado no último ano tenha sido sustentável. “No último ano houve um aumento do consumo, mas que não foi suportado pela melhoria do rendimento, mas sim no endividamento”.
Por isso, defendeu, “precisamos de um aumento do consumo sustentado no crescimento do rendimento disponível das famílias”.
Por outro lado, António Costa esclareceu, uma vez mais, que o ritmo de redução do défice previsto no programa do PS “cumpre o Tratado Orçamental mas não vai atrás do radicalismo do atual Governo”.
António Costa disse ainda que um próximo Governo do PS “irá rever a estrutura do IRS, quer em termos de escalões quer em matéria de deduções fiscais, o que permitirá aliviar a classe média em relação ao enorme aumento de impostos do ex-ministro Vítor Gaspar”.