Conservatório tenta sobreviver com donativos
A diretora do estabelecimento afirma que “nos últimos 12 anos, os orçamentos rondavam os 180 mil euros. No ano passado desceu para 162 mil. Mas, este ano, a verba atribuída foi de 90 mil, menos 43% em relação ao orçamento do ano anterior, ou seja, menos 70 mil euros”.
A direção escolar foi informada do orçamento em maio e, desde então, pediu ao Ministério da Educação e Ciência (MEC), por várias vezes, mas sempre sem sucesso, que revisse a verba.
A falta de verbas levou, conforme revela a diretora, a que “houvesse coisas que deixaram de se fazer, como iniciativas habituais, ou visitas de estudo”, que passaram a ser integralmente pagas pelos alunos.
“Não tenho dinheiro. Acabou. Estes dois meses não vou receber nada”, disse a diretora, que agora foi forçada, em desespero de causa, a lançar uma campanha de angariação de fundos para conseguir pagar contas tão básicas como a água, luz, telefone ou, simplesmente, comprar papel higiénico.
No site da EMCN está a carta enviada para os familiares e amigos da escola, assim como o NIB da escola para quem quiser ajudar.
Edifício degradado
Recorde-se que, no ano passado, o mau estado de conservação do edifício centenário que colocava em perigo alunos e funcionários levou a várias manifestações que culminaram com a transferência de verbas para a realização de obras urgentes de impermeabilização da cobertura e manutenção das salas onde os tetos já tinham desabado e pátio interior.
Pressionado pela opinião pública e pelos media, que denunciaram este escândalo de lesa-cultura, o Ministério transferiu então cerca de 43 mil euros e está agora a decorrer o processo junto da Parque Escolar para que todo o edifício seja requalificado.