Conselho de Ministros em Bragança exclusivamente dedicado à Valorização do Interior

Segundo declarou hoje o primeiro-ministro em Vila Flor, a reunião magna do Governo que amanhã terá lugar em Bragança irá discutir e aprovar um conjunto de medidas que têm em vista a valorização do Interior, sendo que algumas destas medidas foram já anunciadas no passado mês de janeiro quando o Governo completou 100 dias em função, designadamente, como lembrou António Costa, “um forte incentivo às empresas que criem postos de trabalho e contratem no Interior, com apoio específico ao emprego qualificado”, quer do setor público, quer do setor privado e, ainda, como também referiu, “vários apoios e incentivos a quem se dispõe a ir viver para as regiões do Interior”.

O primeiro-ministro referiu-se ao Plano Nacional de Valorização do Interior, lembrando as três vertentes previstas nesta iniciativa do Governo, uma das quais, como salientou, relacionada com a competitividade e a “majoração de IRS às empresas que se instalarem no Interior”, mas também a “melhoria das acessibilidades e a instalação de um laboratório colaborativo, em Bragança”.

Para além destas iniciativas, o Conselho de Ministros de amanhã, ainda segundo o primeiro-ministro, vai aprovar a “terceira fase da redução do custo das portagens e a estratégia comum a desenvolver com Espanha para o progresso das regiões fronteiriças”.

Especificamente em relação a este último ponto, António Costa lembrou que são iniciativas que visam, nomeadamente, a “melhoria das ligações entre territórios de fronteira”, aludindo, por exemplo, à melhoria da ligação entre Bragança e Puebla de Sanábria, uma obra que permitirá que Bragança passe a ser a cidade portuguesa “mais bem servida de TGV”, já que ficará apenas a 30 quilómetros da estação de comboio de alta velocidade que partirá daquela cidade espanhola.

Olhar o futuro com otimismo

Estar a prometer que é possível resolver “num ápice” o que “décadas de esvaziamento” produziram nas regiões do Interior e que hoje é “um dos problemas estruturais do país”, disse ainda o primeiro-ministro, é estar a “iludir” as populações e a transmitir-lhes uma ideia errada, não deixando, contudo, António Costa de defender que, se o país quer aumentar o seu potencial de crescimento, tem mesmo de olhar para o Interior e para “o muito que lá ainda está por aproveitar”.

A chave para que haja um desenvolvimento sustentado nas regiões do Interior, na opinião de António Costa, passa não só pela indispensável criação de emprego, mas também por algumas das medidas que, entretanto, já foram tomadas, como é o caso do plano do regadio no distrito de Bragança, quer através da “reabilitação de perímetros antigos ou na criação de novos perímetros ou ainda com a construção de novas barragens”.

Em relação à política do regadio, que levou o primeiro-ministro a visitar esta manhã a Quinta da Saldonha, em Alfândega da Fé, António Costa lembrou também que já foram aprovados e estão a ser investidos 39 milhões de euros e que numa segunda fase vão ser investidos mais 19 milhões de euros “exclusivamente para melhorar as condições de regadio na região”.

A iniciativa ‘Governo Mais Próximo’, cuja primeira edição decorre em Bragança, durante dois dias, assentará sempre num Conselho de Ministros descentralizado, sendo este exclusivamente dedicado à valorização do Interior do país e a medidas para criar condições de emprego e fixação de pessoas. Depois de Bragança, as próximas reuniões descentralizadas do Executivo serão em Castelo Branco e nos Açores.