Conhecimento e democracia devem ser parceiros
Durante a apresentação do Plano Nacional de Leitura 2027, no Porto, António Costa disse que a sua experiência familiar durante a infância lhe fez perceber que “ler é mesmo sinónimo de liberdade”
Ladeado pelos ministros da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, o líder do Executivo socialista sublinhou ainda que “ler é sinónimo de liberdade, não só pela liberdade de expressão que a escrita também permite manifestar, não só pela liberdade de assumir conhecimento, mas sobretudo porque a leitura é uma das grandes formas de aceder à cidadania”.
Na ocasião, António Costa saudou a escolha do Dia Mundial do Livro, no “mês da liberdade”, para apresentar o Plano Nacional de Leitura.
“Os anos e as décadas de ditadura são contemporâneas dos anos e das décadas que criaram o maior défice estrutural do país, que é o do conhecimento, e não é por acaso que andaram passo a passo”, recordou o governante, sublinhando que “a ignorância e a ditadura são gémeas”, enquanto “conhecimento e democracia devem ser parceiros”.
Sublinhando que, num período de novas tendências, o Plano Nacional de Leitura não pode olhar para o digital como uma ameaça, mas como uma oportunidade de levar mais longe a leitura e de conquistar mais eleitores”, António Costa enfatizou que os hábitos dos portugueses mudaram e que é decisivo perceber que um livro “tem uma riqueza muito importante”, até por que, “cada vez mais, a cidadania exige a compreensão da complexidade”.
E é que a leitura permite também “adquirir uma visão mais compreensível da realidade”, razão pela qual, enfatizou “tem valido a pena o investimento” no Plano Nacional de Leitura.
Literacia científica e digital
De referir que as linhas orientadoras para o Plano Nacional de Leitura até 2027 foram aprovadas na reunião do Conselho de Ministros de 30 de março e estabelecem “uma aposta na consolidação das ações concretizadas nos primeiros dez anos do plano e em novas vertentes a desenvolver na próxima década.
A estratégia passa por privilegiar uma política interministerial apostada na promoção da literacia científica e digital e pela interação com outras esferas de conhecimento, como a artística, procurando sempre a abordagem inclusiva das práticas de leitura.
O Plano Nacional de Leitura, criado em 2006, vê-se agora ampliado e reforçado, intensificando a articulação entre a educação, a cultura, a ciência e a tecnologia e as autarquias, visando uma estratégia nacional de elevação dos níveis de literacia no sentido de qualificar a população portuguesa e prepará-la para as exigências sociais do século XXI.
Outro objetivo será o reforço dos hábitos de leitura entre as crianças e jovens, estabelecendo uma nova ambição de envolvimento das famílias e da população em geral, com vista à “aprendizagem ao longo da vida”.