Confiança no rumo certo de crescimento e criação de emprego
Intervindo na abertura do debate quinzenal, António Costa começou por lembrar o que designou por “triplo desígnio”, por si assumido quando o Governo apresentou o seu programa: mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade.
Pressupostos que o primeiro-ministro lembrou que se devem articular e reforçar mutuamente, por que só “prosseguidos simultaneamente” permitem uma consolidação “saudável e sustentável” das finanças públicas.
Um triplo desígnio, como sublinhou, que está “plenamente plasmado” nos diferentes documentos estratégicos apresentados pelo Executivo nos últimos dois meses no Parlamento, no Orçamento do Estado para 2016, no Programa Nacional de Reformas 2016/2020 e no Programa de Estabilidade 2016/202.
A direita falhou
Acusando a anterior maioria PSD/CDS de ter enganado os portugueses, fazendo-lhes crer que a economia nacional estava a melhorar em 2015, o primeiro-ministro lembrou, a este propósito, que os dados económicos do segundo semestre do ano passado davam claros sinais do esgotamento da tão apregoada recuperação propagandeada pela direita, onde são evidentes, disse ainda António Costa, indícios de um crescimento económico “cada vez mais anémico”, com o terceiro trimestre a mostrar mesmo avisos evidentes de “estagnação, com um crescimento do produto de apenas 0,1%”.
Em relação à tão publicitada subida das exportações, o primeiro-ministro recordou que também aqui tudo não passou de uma miragem, já que os números, como referiu, vêm demonstrar exatamente o contrário com os últimos três meses do ano passado a se verificar um decréscimo do crescimento das exportações de 7,1para 2,6%, com a carteira de encomendas das empresas a notarem “uma significativa deterioração”.
Perante este cenário, disse o primeiro-ministro, que lembrou ainda que em 2015 o investimento estava em queda, os indicadores do clima económico davam “cada vez mais sinas negativos” e que ainda se verificava uma subida da taxa de desemprego, o rumo que “propusemos” foi assegurar um “maior equilíbrio” entre a consolidação orçamental e a promoção do crescimento económico e da coesão social, o que justifica, acrescentou, porque “demos prioridade à reposição de rendimentos das famílias e à criação de condições para o investimento”, com os dados a mostrarem da “bondade da estratégia adotada”.
A melhoria dos indicadores do clima económico, sublinhou ainda o primeiro-ministro, é hoje uma evidência, transmitida pela confiança dos empresários e dos consumidores, com as exportações a darem sinais de alguma estabilização, “apesar das dificuldades vividas por alguns dos nossos parceiros comerciais”, mas também pela produção das indústrias de bens de consumo e de investimento, que cresceram mais de 4% para além dos indicadores de turismo que cresceram a ritmos de dois dígitos.
Afirmando que o país dispõe hoje de um caminho definido e de instrumentos para o percorrer, com um programa político que procura um “novo modelo de desenvolvimento para Portugal” que assenta no conhecimento e na inovação, mas também na “defesa do Estado Social” e num “novo impulso para a convergência com a União Europeia”, António Costa mostrou-se confiante que a estratégia seguida pelo Governo que lidera permitirá a Portugal um futuro de “mais crescimento, melhor emprego e de maior igualdade”.