Competitividade da economia exige capacidade de fixar talento
Para o primeiro-ministro, que falava aos jornalistas depois de ter visitado os diversos pavilhões da Web Summit, no Parque das Nações, em Lisboa, acompanhado pelos ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, afigura-se absolutamente prioritário para a evolução sustentada da economia portuguesa que se chegue em breve a um “acordo sobre a evolução dos salários”, designadamente, como assinalou, em relação aos “rendimentos dos jovens quadros qualificados”.
Quanto à evolução do salário mínimo nacional, que o Governo pretende que chegue aos 750 euros até ao final da legislatura, em 2023, António Costa lembrou que o “assunto está agora a ser negociado no âmbito da concertação social”, preferindo enaltecer a importância de haver já um “acordo global sobre política de rendimentos para o crescimento da economia”.
Um acordo que, para o primeiro-ministro, se justifica não só para que a economia nacional encontre terreno fértil para se continuar a consolidar e a revigorar, mas também porque vai permitir, e “ que já propusemos à concertação social”, uma discussão que leve a que haja em breve uma “valorização salarial dos jovens quadros qualificados”.
O primeiro-ministro, que nesta visita contou também, em alguns momentos, com a companhia das ministras da Cultura, Graça Fonseca, e da Modernização Administrativa, Alexandra Leitão, assim como da secretária de Estado Adjunta da Saúde, Jamila Madeira, referiu ainda que o Governo vai continuar a insistir nesta matéria junto das entidades patronais, lembrando-lhes que um país para ser competitivo tem de ter empresas que sejam “competitivas a contratar”.
Para o chefe do Governo, este é um ponto que não pode em caso algum ser olhado de forma subjetiva, sustentando que, se Portugal não quer perder “os seus melhores e mais qualificados recursos humanos”, como aconteceu na legislatura liderada pela direita, “tem de possuir empresas capazes de fixar o talento”.
E isto, ainda segundo António Costa, porque seria “um enorme “desperdício”, não só para as famílias como para o Estado, que os mais novos e mais qualificados tivessem de procurar no estrangeiro as oportunidades para se realizarem profissionalmente.
Apoio aos jovens empreendedores
Nesta sua deslocação à Web Summit, o primeiro-ministro teve ainda ocasião de se reunir com o presidente da Microsoft, Brad Smith, e com Alan Boehme, da Procter Gamble, com quem abordou temas como o ecossistema da inovação ou o apoio aos jovens empreendedores, para além dos encontros que manteve com muitos dos jovens empreendedores portugueses, com os quais falou dos vários projetos que existem para o país.
António Costa encontrou-se também com o cofundador e CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, que destacou, entre outras novidades, o facto de a edição deste ano contar com um “número crescente de mulheres” entre os empreendedores.
Paddy Cosgrave referiu-se ainda ao facto de a edição deste ano ter chegado à fasquia dos 70 mil participantes, o que considerou ser um “número ideal para este evento em Portugal”, facto que levou o primeiro-ministro a assinalar com satisfação a presença de cada vez mais estrangeiros na Web Summit, o que, em sua opinião, significa que este evento começa a ser “reconhecido internacionalmente como uma grande plataforma do ecossistema do empreendedorismo e da inovação a nível mundial”.