home

Comemorações da saída da troica são insulto aos que sofreram com a crise

Comemorações da saída da troica são insulto aos que sofreram com a crise

O líder parlamentar do PS acusou hoje o primeiro-ministro de promover uma “manifestação de insulto e desprezo por aqueles que sofreram com a crise”, ao celebrar a saída da troica num jantar conjunto com o vice-primeiro-ministro Paulo Portas, depois de ter ajudado em 2010 e 2011 à criação de condições políticas que obrigaram à chamada da troica.

Notícia publicada por:

Comemorações da saída da troica são insulto aos que sofreram com a crise

Na sua primeira intervenção no debate quinzenal com o primeiro-ministro, Ferro Rodrigues acusou Passos Coelho de ser “muito previsível” nas suas intervenções “em relação às últimas semanas da propaganda do PSD e do Governo”.

“Se isto é o começo da campanha eleitoral, a coligação começa muito mal. O mais importante é que não se percebe por que motivo a coligação comemora a saída da troica”, afirmou, acusando o primeiro-ministro de ter sido com a troica que “puderam pôr no terreno o programa histórico da direita mais conservadora”.

“Foi em 2010 e 2011 que ajudaram também à criação de condições políticas que obrigaram à chamada da troica. Em 2011 comemoraram esta entrada da troica e, apesar da campanha eleitoral de embuste que tiveram, foram para além da troica”, criticou Ferro Rodrigues.

O líder da bancada socialista atacou também o governo por ter ficado aquém dos próprios objetivos definidos em 2011 para 2015, bem como os que foram definidos agora para 2019, dando como exemplo as metas do emprego.

“ Ou seja, se com a troica era mau, sem a troica é péssimo. Comemorarem a saída da troica como fizeram, em conjunto, estamos convictos que foi uma manifestação de insulto e desprezo por aqueles que sofreram com a crise”, considerou.

Ironizando com o primeiro-ministro, a quem considerou “o maior especialista em recordes como as exportações”, Ferro Rodrigues acusou o governo de ter “um livro negro dos recordes”, apontando como exemplos os dados relativos à emigração, à divida publica, à “maior carga fiscal de sempre sobre a classe média”, ao crédito mal parado, à maior taxa de risco de pobreza, ao “recorde da taxa de desemprego e de inativos desencorajados” e o maior número de falências.

“Pensam que é possível continuar neste caminho com políticas contra a dignidade das pessoas, contra a responsabilidade dos próprios governos, com um ataque aos pobres e a esmagadora maioria da classe média?”, questionou.