Combater as assimetrias regionais e promover a coesão territorial são desígnios do PS
Temas que, para o também presidente do PS, têm de merecer uma atenção cada vez maior por parte das instituições políticas nacionais, assumindo que as diversas ações dirigidas à coesão das assimetrias regionais, apesar de defendida por sucessivos governos, “têm falhado” persistentemente, exigindo, por isso, como defendeu, a necessidade de uma “efetiva viragem política”.
Viragem política que, na opinião do líder parlamentar socialista, exige que os governos não insistam em “fazer mais do mesmo”, desistindo de desenvolver uma parte de Portugal em detrimento de outra, sendo por isso necessário, como defendeu, afirmar pela positiva o interior do país, empreendendo uma verdadeira “correção das assimetrias”, desígnio pelo qual o “PS pugna e almeja”.
Sustentando que estas jornadas parlamentares, realizadas na Guarda, tal como outras que tiveram lugar nesta legislatura em terras do interior ou afastadas dos grandes centros, como em Vila Real de Trás-os-Montes ou nos Açores, tiveram e têm uma “significação política própria, geográfica e temática”, contestando Carlos César que essas regiões sejam designadas de “baixa densidade”, devendo antes ser observadas e analisadas, como defendeu, em virtude dos “sobrecustos e desvantagens” marcados e ou “acentuados” por “múltiplos fatores que importa identificar na sua diversidade e intensidade”.
Coesão territorial
Segundo Carlos César, o distrito da Guarda é “um bom exemplo” que fundamenta as preocupações e as prioridades que o PS vem defendendo, quanto à necessidade de se olhar com mais atenção e empenho para o interior do país.
No sentido de melhor compreender a realidade vivida e sentida pelas populações do interior, o líder parlamentar do PS lembrou os diversos contatos e “abordagens” que os deputados do PS foram fazendo com a realidade política e social da Guarda, ao longo dos dias em que decorreram as jornadas parlamentares, quer junto da população, quer de empresários e de instituições públicas, contactos e informações que, segundo Carlos César, vão ajudar, não só a que se possa compreender melhor a realidade vivida no interior do país, mas igualmente a “confirmar a complexidade dos muitos desafios”, que as populações e os decisores destas regiões enfrentam.
Para Carlos César, “é urgente afirmar pela positiva o interior do país”, defendendo que qualquer estratégia de correção “bem-sucedida” de combate às assimetrias no Continente não dispensará um “ambiente promotor e gestionário próprio” em cada região, bem como uma “interlocução bem definida e democraticamente qualificada”, suscitando também, defendeu ainda o líder parlamentar socialista, um “envolvimento empenhado das autarquias, comunidades intermunicipais, associações e das empresas”.
Litoralização do país
Para o líder parlamentar do PS, o desafio que hoje está colocado aos decisores políticos passa não só por enfrentar a “progressiva litoralização do país”, como empreender políticas que sejam capazes de combater o empobrecimento das regiões do interior e a perda acentuada do seu capital humano.
O distrito da Guarda, como lembrou Carlos César, é bem um exemplo do paradigma de desertificação e empobrecimento do interior do país.
Com efeito, lembrou, só nos últimos 5 anos, este distrito conheceu uma queda de 6,8% da sua população, três vezes superior à média do país, e uma redução da taxa de natalidade de cerca de menos 17% e menos 7% de indivíduos em idade ativa, números que, segundo o presidente e líder parlamentar do PS, confirmam e justificam as causas da acentuada tendência de empobrecimento das regiões do interior e que explicam a razão da perda do seu capital humano.