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Combate às alterações climáticas e aposta na sociedade digital são desafios estratégicos para Portugal

Combate às alterações climáticas e aposta na sociedade digital são desafios estratégicos para Portugal

A transição para a sociedade digital e o combate às alterações climáticas, tendo em vista uma sustentada neutralidade carbónica, são dois dos “grandes desafios estratégicos” que Portugal enfrenta.

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Combate às alterações climáticas e aposta na sociedade digital são desafios estratégicos para Portugal

Intervindo num almoço-debate no Porto, subordinado ao tema “Portugal, que Futuro?”, promovido pelo Clube Fenianos Portuenses, António Costa destacou o que, em sua opinião, são dois dos principais desafios que se colocam a Portugal: a transição para uma sociedade digital e o combate às alterações climáticas.

Sobre o tema da sociedade digital, o líder do Governo socialista afirmou tratar-se de uma “enorme oportunidade” que o país não pode desbaratar em nome da indispensável e urgente modernização, quer das empresas, quer do funcionamento da administração pública, para que ambos os setores se possam modernizar e assim responder melhor às necessidades dos cidadãos.

O primeiro-ministro lembrou um recente estudo com origem na OCDE, segundo o qual o progressivo processo de automação do mundo laboral fará com que em poucos anos cerca de 14% dos atuais empregos desapareçam, e que mais de 32% possam “sofrer profundas alterações”, considerando António Costa que as sociedade modernas têm de saber enfrentar este e outros reptos para que as novas tecnologias não constituam “fatores assimétricos e de ruturas”, havendo por isso toda a necessidade, como acrescentou, de fazer essa transição “sem abrir um fosso” nas desigualdades ou na falta de oportunidades.

Para António Costa, ao mesmo tempo que se apoia a modernização das empresas e da administração pública, deve-se “investir na qualificação dos recursos humanos” do país, designadamente, prosseguindo o esforço de “aumentar o número de investigadores, doutorados ou pós-doutorados” nas empresas, sendo esta, na perspetiva do líder do Governo, “a melhor forma de transmissão e de incorporação de conhecimento dentro do tecido empresarial”.

O desafio do clima

Numa iniciativa em que esteve acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, o primeiro-ministro sustentou, também, que o desafio do combate às alterações climáticas assume um caráter igualmente decisivo.

António Costa insistiu tratar-se de um desafio a que o país não pode nem deve voltar costas, lembrando que as mudanças claras e já evidentes que se registam no clima, caso não sejam enfrentadas e minimizadas o mais rapidamente possível, podem pôr em causa não só “a nossa forma de viver e de trabalhar”, mas as próprias “condições em que vivemos no planeta Terra”.

Neste sentido, recordou alguns dos passos que o Governo tem vindo a dar nesta legislatura com o objetivo de contrariar e de fazer baixar o impacto das alterações climáticas no país, medidas que têm passado por investimentos feitos progressivamente, quer no modo de produção de energia, quer investindo na economia circular, na agricultura e nas redes de água, como também no “paradigma da mobilidade”. Destacando, neste último ponto, a importância de se continuar a investir na modernização dos transportes públicos, oportunidade para lembrar a importância dos novos preços dos passes sociais.

Nova gestão dos STCP é exemplo de boa governação

Já na derradeira parte da sua intervenção, António Costa referiu-se ainda à intermunicipalização da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) como um dos “melhores atos da sua governação”, apontando “o caminho certo” para que o país possa ter uma administração pública “mais eficiente e mais próxima dos cidadãos”.

Em termos práticos, como lembrou, este “ato de boa governação” traduziu-se na transmissão da totalidade das ações representativas do capital social da empresa que estavam na posse do Estado para alguns dos municípios que integram a Área Metropolitana do Porto, considerado António Costa que é “cada vez mais necessário” que na organização do Estado haja uma “parceria muito forte” entre a administração central e local por “via da descentralização e da desconcentração”, sendo para isso necessário que se encontrem “escalas de nível local, municipal, metropolitano ou regional” para se “atingirem boas práticas públicas”.