Colocar a economia e o emprego a crescer
Trabalhámos também no relançamento da economia, mobilizando os fundos estruturais, primeiro com o Programa 100, que ultrapassou os objetivos definidos de colocar 100 milhões de euros nas empresas em 100 dias e agora com o Programa Acelerar. Em 2015, apenas 4 milhões de euros em incentivos tinham chegado às empresas. Em seis meses, conseguimos ultrapassar os 200 milhões. Criámos confiança e tivemos, logo em Abril e Maio, um recorde de candidaturas aos incentivos por parte das empresas, com mais de 3500 projetos de investimento, num valor que ultrapassa os 3 mil milhões de euros de intenções de investimento.
O crescimento tem de ser baseado na criação de valor. O modelo de competitividade pela baixa de salários não é aceitável como projecto para Portugal e não é viável num mundo de fronteiras abertas, onde há países com salários muito mais baixos do que os nacionais. Temos de apostar na melhoria da produtividade, no reforço das qualificações, num melhor aproveitamento dos nossos recursos humanos e na valorização dos nossos produtos pela inovação.
Há 20 anos, Portugal iniciou um ciclo de investimento na ciência e ensino superior. Depois de quatro anos em que esta estratégia foi posta em causa, o Governo hoje voltou a assumir um rumo claro de aposta na ciência e no conhecimento. As nossas universidades e centros tecnológicos têm um importante contributo a dar para o desenvolvimento do país.
A estratégia do Ministério da Economia valoriza o contributo que o conhecimento pode dar para o desenvolvimento. Queremos criar condições e incentivos para que mais conhecimento dê origem a mais inovação e valorização dos nossos produtos pela diferenciação.
Queremos criar mais oportunidades para a geração mais qualificada de sempre, pois sabemos que o país precisa do impulso de criatividade que esta pode dar para avançar e crescer. O programa Startup Portugal cria melhores condições para que as novas empresas prosperem e cresçam, dando melhores oportunidades a quem quer inovar e aos jovens que querem apostar em ter um futuro diferente em Portugal.
Sabemos que a indústria tem de responder aos desafios da digitalização. O programa Indústria 4.0 está a mobilizar as empresas, em setores tão diferentes como o calçado, o turismo, o agro-alimentar, o vestuário e o automóvel, para os riscos e oportunidades da aceleração do ritmo de mudaça tecnológica.
O trabalho que estamos a desenvolver com as universidades e centros tecnológicos pretende acelerar a transferência de tecnologia, criar emprego científico, reforçar a inovação e melhorar a eficiência energética na indústria, contribuindo para a melhoria da produtividade e da competitividade e para uma melhor inserção das empresas portuguesas nas cadeias de valor internacional.
A batalha da internacionalização tem-me levado a acompanhar o trabalho das empresas exportadoras em numerosas viagens fora do país e a encontros permanentes com investidores internacionais que estão a escolher Portugal para investir. Esta batalha não se vence pela baixa dos salários e dos direitos sociais, mas antes pelo reforço da produtividade e pela valorização dos trabalhadores, num país que tem hoje uma força de trabalho mais qualificada e condições de operação que o tornam capaz de responder às exigências das empresas líderes mundiais.
É este trabalho que estamos a desenvolver, em conjunto com outros ministérios, num trabalho de equipa, que o caráter transversal das necessidades das empresas exige. Temos trabalhado com o Ministério da Ciência, na promoção da inovação, com a Ministra da Presidência, na simplificação e modernização admnistrativa, com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Secretário de Estado da Internacionalização no apoio às empresas exportadoras e na captação de investimento, com o Ministério da Finanças e o da Justiça , no Programa Capitalizar, com o Ministério do Ambiente, no licenciamento, na promoção da eficiência energética e nas questões da economia circular, com o Ministério da Cultura e o da Educação na valorização do património e das artes na nossa atração turistica. Este trabalho de colaboração tem funcionado muito bem e está já a dar resultados, nas 60 medidas do Simplex + destinadas às empresas, no avanço na àrea da reestruturação empresarial, ou no projecto de valorização do património histórico e de animação cultural que estão agora a arrancar.
O crescimento de longo prazo tem de ser feito pela valorização do nosso principal recurso: os portugueses. Trabalhámos para criar melhores condições de financiamento às empresas, para que estas voltem a investir. Temos de continuar a trabalhar para mobilizar os nossos centros de conhecimento e a capacidade de inovação do país, para criar mais mais oportunidades e mais valor em Portugal.