Coligação de direita não inspira confiança aos portugueses
“Os discursos destas festas do PSD, agora com as artes decorativas do CDS, mostram uma coligação que não pode inspirar a confiança dos portugueses. Primeiro, porque não fala a verdade sobre o passado recente e o presente do país e depois porque esconde deliberadamente as medidas que pretende tomar nos próximos quatro anos”, afirmou Carlos César aos jornalistas, em Ponta Delgada, numa reação aos discursos proferidos na ‘rentrée’ do PSD e CDS-PP.
Na noite de sábado, pela primeira vez, PSD e CDS-PP juntaram-se na Festa do Pontal, em Quarteira, onde Pedro Passos Coelho defendeu a necessidade de “um resultado politicamente inequívoco” nas próximas eleições. Carlos César está de acordo com a necessidade de sair das próximas eleições um “resultado inequívoco”, mas frisou que “a direita não tem mais por onde ir buscar o apoio aos portugueses”, enquanto os socialistas apelam “a todos os eleitores para que concentrem o seu voto no PS, o único que pode vencer estas eleições, substituir e alterar este caminho difícil e penoso” percorrido nos últimos anos.
Direita faz oposição à oposição
O presidente do PS salientou que tanto Portas como Passos Coelho fizeram “discursos orientados para fazer oposição à oposição”, nada dizendo sobre as medidas que a coligação pretende tomar, caso vencesse as eleições legislativas.
“Esta coligação tem duas naturezas de medidas: fazer o mesmo que tem feito, ou seja, prolongar e acentuar em algumas componentes políticas de austeridade, agravar medidas como as que pretende na área da Segurança Social com a privatização de parte do sistema, diminuir em 600 milhões de euros o valor das pensões, fechar mais serviços públicos e tornando mais caro o Serviço Nacional de Saúde”, alertou Carlos César.
O delírio de Portas
O também cabeça de lista do PS pelo círculo dos Açores considerou ainda “um delírio absoluto” as afirmações de Portas de que os socialistas pretendam de forma encapotada privatizar a Segurança Social. “É um absurdo”, disse Carlos César, reiterando que o PS defende um sistema público de pensões e é contra qualquer tipo de plafonamento.
O socialista criticou ainda a forma “desonesta” como a coligação de direita coloca o debate político, nomeadamente quando envolve o caso da Grécia, sublinhando que “toda a gente sabe que Portugal não é a Grécia, mas toda a gente sabe também que o PS não é o Syriza e que terá de ter a maior ponderação na futura governação do país”.
“A coligação deixou-nos os cofres cheios de dívidas, empresas privadas oneradíssimas e empresas públicas vendidas ao desbarato”, acrescentou.