Coligação entrega Portugal mais pobre e endividado
E esse é o saldo irrefutável do falhanço governativo da coligação que aplicou a fórmula “custe o que custar” e se empenhou num exercício ideológico de empobrecimento que foi, como prometido pelo líder da coligação PSD/CDS-PP, “para além do memorando da troica”.
No primeiro e único debate televisivo entre os líderes do PSD e do PS antes das eleições legislativas de 4 de outubro, realizado no Museu da Eletricidade, em Lisboa, o Secretário-geral socialista apontou “os dois grandes objetivos falhados” por Passos Coelho.
“Falhou na dívida e falhou no crescimento”, referiu o líder do PS, recordando que o Governo gerou mais 30 mil milhões de dívida pública nestes quatro anos de governo e que Passos Coelho reincidiu sempre no erro de pensar que poderia gerar crescimento económico cortando nos rendimentos das pessoas.
Ao recordar as promessas feitas e incumpridas pelo líder da Coligação PSD/CDS, António Costa fez questão de sublinhar que “os portugueses não suportariam um novo incumprimento”.
“Os portugueses sabem bem o que fez na última campanha eleitoral e está a tentar não repetir, mas está-lhe sempre a fugir o pé”, disse o líder do PS, antes de acusar o presidente do PSD de entender a governação como “uma espécie de enganar”.
Aqui, o Secretário-geral deu como exemplo uma resolução aprovada em março em Conselho de Ministros para incentivar o regresso a Portugal de jovens que emigraram, adiantando que essa resolução, até agora, apoiou “zero jovens” e, no limite, se aplicará apenas a partir de janeiro a 20 cidadãos, já que se resume a 20 projetos e a 20 mil euros de apoios para cada um.
“Acha que isto é governar com seriedade?”, questionou, responsabilizando o chefe do Governo por “usar a troica para aplicar um programa de retrocesso do Estado Social”.
A propósito do caso do Banco Espírito Santo, António Costa considerou que “o Dr. Passos Coelho agiu de uma forma muito imprudente” uma vez que “veio a público dar garantias ao mercado da solvabilidade de um grupo que colapsou pouco tempo depois”.
Afirmou ainda que o primeiro-ministro, “a coberto do senhor governador do Banco de Portugal, procurou induzir em erro os portugueses de que a solução não terá custos para os contribuintes”.
“Ora, em primeiro lugar, o fundo de resolução é um fundo público, as receitas são públicas, as despesas são públicas. E, por isso, se a venda der prejuízo, será imputado ao défice do ano passado. Mais, quando é dito que vão ser os bancos a comparticipar, vão comparticipar, ao que parece, a partir da sobretaxa que pagam da atividade bancária ao Estado. Portanto, o Estado faz uma espécie de perdão fiscal aos bancos para os bancos assumirem os custos do BES”, clarificou.