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Cimeira do euro é grande passo em frente

Cimeira do euro é grande passo em frente

A cimeira do euro, realizada em Bruxelas, representou “um grande passo em frente”, segundo considerou o primeiro-ministro português, para quem é preciso perceber que este também “é um caminho que se faz caminhando”.

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Cimeira do euro é grande passo em frente

“Há dois anos, quando se falava em capacidade orçamental da zona euro, metade do Conselho tinha quase uma apoplexia”, comentou António Costa, à saída da cimeira da zona euro, que, segundo apontou, e ao contrário do sucedido com o Conselho Europeu a 28 dominado pelas divisões em torno da matéria das migrações, “correu de forma francamente positiva”.

A questão da capacidade orçamental própria da zona euro, indicou, “hoje já consta claramente da proposta franco-alemã, está expressamente referida na carta do presidente do Eurogrupo (Mário Centeno) como sendo uma das matérias a tratar, e hoje o Conselho deu um mandato claro para tratar todas as questões referidas na carta, incluindo naturalmente a capacidade orçamental”.

Costa declarou ter assistido nesta na cimeira a 19 a “um bom acolhimento daquilo que foi o trabalho desenvolvido pelo ministro Mário Centeno na presidência do Eurogrupo”, com “um calendário que vai sendo estabilizado para a conclusão da União Bancária, para o debate sobre a garantia comum de depósitos” e também para a construção de “uma capacidade orçamental da zona euro”, que, enfatizou, “é uma prioridade essencial”, para Portugal, para o conjunto da Europa e para o funcionamento da zona euro.

Além do mais, acrescentou, registaram-se avanços na “questão da união bancária e do fundo de estabilização monetária”.

“Damos por isso um grande passo em frente, com um mandato alargado agora ao Eurogrupo e com o compromisso de todos de termos um calendário o mais acelerado possível para a conclusão da reforma da zona euro”, resumiu.

Polémica nas migrações evidencia divisões na Europa

Sobre as conclusões adotadas relativamente à gestão dos fluxos migratórios na reunião do Conselho Europeu, o líder do Governo português comentou que “a existência de canais legais e seguros, que permitam aos refugiados entrar na Europa sem ser por via das redes ilegais e sem porem a sua vida em risco, deve ser assegurada, desde que claramente não sejam campos de contenção que desresponsabilizem a Europa, fazendo um ‘outsourcing’ para países terceiros de responsabilidades da UE, mas que seja, pelo contrário, uma forma de encontrar um canal aberto e positivo”.

Quanto ao teor do compromisso alcançado ao fim de uma longa maratona negocial, António Costa observou que “quem ler atentamente as conclusões, verificará que o Conselho não fez mais do que mandatar a Comissão e o Conselho para dialogarem com as Nações Unidas, com a Organização Internacional para as Migrações, com países terceiros para explorar uma ideia, e nada mais do que isso”.

“Foi um debate muito difícil. Eu não me recordo nestes anos que tenho estado aqui no Conselho de um debate tão difícil e onde tenha sido tão evidente as divisões que hoje efetivamente existem na Europa e que não vale a pena querermos disfarçar que existem”, lamentou.

Costa congratula-se por eleição de Vitorino para liderar OIM

Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, felicitou o antigo comissário europeu António Vitorino pela sua eleição, por aclamação, para o cargo de diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM).

“Portugal continua a assumir as suas responsabilidades na gestão global das migrações com a eleição de António Vitorino para diretor-geral da OIM, que felicito calorosamente”, escreveu o líder do Executivo na rede social Twitter.

Refira-se que a candidatura de Vitorino à liderança desta organização fundada no início da década de 1950 foi formalizada pelo Governo português em dezembro de 2017.

O português António Vitorino inicia assim, aos 61 anos, uma nova etapa de uma carreira política de grande relevo.

Advogado, político, consultor empresarial, comentador, Vitorino é considerado atualmente uma das figuras mais influentes da elite política portuguesa.