home

Cerca de 98% dos incêndios que ocorrem em Portugal têm origem humana

Cerca de 98% dos incêndios que ocorrem em Portugal têm origem humana

É preciso a mobilização e o empenho de todos “contra os comportamentos de risco” que estão na origem das ignições, apelou o primeiro-ministro, numa intervenção onde destacou as medidas que estão já em curso para ampliar a vigilância em relação a focos de incêndios.

Notícia publicada por:

Cerca de 98% dos incêndios que ocorrem em Portugal têm origem humana

Falando ontem no Ministério da Agricultura, em Lisboa, após a apresentação do Programa Nacional de Redução de Ignições de Incêndios Rurais, cerimónia onde foram também assinados dois protocolos de colaboração entre o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas com a Associação Nacional de Municípios Portugueses e com as Forças Armadas, o primeiro-ministro, António Costa, lembrou que “menos combustível, menos comportamentos de risco e mais vigilância” são posturas e atitudes, mas “também desafios” que todos devem assumir, lembrando que “98% dos incêndios que ocorrem em Portugal têm origem humana”.

Fogos com mão criminosa

Para o primeiro-ministro já ninguém tem dúvidas de que grande parte dos incêndios que acontecem no país têm “origem criminosa, dolosa e intencional” sendo que muitos outros resultam de situações de “pura negligência”, de descuido e da “imprevidência de cada um de nós”.

Um cenário que, na perspetiva do primeiro-ministro, deve ser combatido, não só apostando fortemente na limpeza da floresta, a exemplo do que se começou a fazer este último inverno, e que há muitas décadas não se fazia, como referiu, mas sobretudo, evitando “comportamentos de risco” que são “imprevidentes e que causam tragédias indesejadas”.

Depois de advertir que é preciso continuar a controlar e a manter apertada a vigilância sobre as práticas rurais de “queimas e queimadas”, António Costa lembrou que em matéria de vigilância o país dispõe desde há dias de “mais 55 novos vigilantes da natureza” nos parques naturais, garantindo que entretanto se avançou também para a constituição de “mais equipas de sapadores florestais”, com a admissão de 500 novos efetivos que em breve vão entrar em atividade no Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR.

Mais pessoas no terreno e novas contratações, como referiu o primeiro-ministro, significa que este ano de 2018 “vamos ter mais equipas de intervenção permanente em cada um dos corpos de bombeiros voluntários”, medidas e iniciativas, como sustentou, que representam “um esforço de maior vigilância”, ao qual “não é alheio as Forças Armadas”, que têm dado um “contributo e um apoio insubstituível”, quer ao nível logístico “nos momentos das calamidades e na fase de rescaldo”, quer também no contributo que têm dado na vigilância, não só no terreno, “através da mobilização dos seus efetivos”, como também por via aérea.

Para o primeiro-ministro, “seguramente que não podemos prescindir da intervenção de forças de combate”, considerando, contudo, que a prevenção é a melhor solução e aquela que “permite que essas forças cheguem mais cedo”, possibilitando, como defendeu, “um aumento da eficiência da primeira intervenção”.

GIPS da GNR

Já esta manhã, na cerimónia de encerramento do VIII Curso da Primeira Intervenção dos GIPS, onde concluíram a sua formação 500 novos elementos, o primeiro-ministro anunciou que o Governo decidiu alargar a área de responsabilidade desta força da GNR dos atuais 11 distritos para a totalidade do território continental, assim como à Região Autónoma da Madeira, passando o GIPS a estar presente, como aludiu, em 38 centros de meios aéreos, tendo ainda prometido, nesta sua intervenção no quartel da Pontinha, concelho de Odivelas, em Lisboa, a “resolução dos atrasos registados em processos de aquisição de equipamentos e meios”.

Como forma de garantir que este grupo cumpre com as novas tarefas que lhe estão atribuídas, segundo anunciou António Costa, o efetivo do GIPS foi aumentado em 435 militares, passando dos atuais 594 para 1029, um reforço em recursos humanos a que se deve também juntar, como salientou o primeiro-ministro, a “já determinada aquisição” do respetivo fardamento e equipamento individual de proteção, no valor de cerca de 297 mil euros, assim como de “viaturas e respetivos equipamentos num valor aproximado de cinco milhões de euros”, para além, como também referiu, da “recuperação e preparação de imóveis para alojamento e operação”.