Centralismo, a doença infantil da administração
Claro que temos ainda um escudo defensor de críticas: foi a loucura sangradora da dieta adelgaçante adotada po Passos Coelho que conduziu o País a uma centralização paranoide, na educação, na saúde, na administração do território. Muitas vezes não foi preciso legislar, bastou matar a iniciativa da administração desconcentrada, como no caso da saúde. Na educação o modelo foi mesmo o de arrasar a orgânica descentralizadora incipiente. Claro que a administração piorou de qualidade e só gastou menos pelo ferrolho adoptado. Tudo dependia de autorização central e pior ainda, cada ministro dependia do das finanças, para movimentos de pessoal e para os simples cabimentos orçamentais.
Tudo havia começado dez anos antes com a centralização forçada dos fundos de tesouraria dispersos por organismos com autonomia financeira. Mas Gaspar e Passos foram mais longe: retiraram a autonomia financeira a todos os que a tinham, medida radical.
Pois bem, agora parece que a má administração centralizadora de Passos e Gaspar deixou seguidores. Com grande espanto meu, o PNR silencia o problema da administração central desconcentrada, depois de decibéis de retórica sobre nós despejada sobre a mais valia da articulação inter fronteiras, para revitalizar o interior. Tal como nada refere sobre os ganhos de eficiência decisória, administrativa e económica que podem decorrer de uma sábia e crescente delegação de competências e legitimação democrática das comissões de coordenação e desenvolvimento regional. Será que temos medo do que pense a Europa e não nos devamos atrever a reformas que sempre defendemos? Ou simplesmente pouco sabemos de administração e adotamos a defensiva do ferrolho para não deixar derrapar a despesa, mesmo sabendo que a dieta forçada e sem nexo só conduz ao despautério gastador e à irresponsabilidade?