Centeno espera avanços na união bancária já em junho
Falando no Parlamento Europeu pela primeira vez enquanto líder do Eurogrupo, num debate no quadro da semana parlamentar sobre o semestre europeu, Mário Centeno defendeu que o Eurogrupo, depois de ter estado nos últimos anos “focado na gestão de crises”, tem agora de “virar a sua atenção” para a conclusão do dossiê da União Económica e Monetária (UEM).
Para o presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro, e ministro português das Finanças, é “encorajador” constar que os chefes de Estado e de Governo da União Europeia tenham já considerado como um “elemento fulcral” a conclusão da união bancária, medida que Mário Centeno considera como uma “prioridade de topo” para prevenir a “fragmentação financeira”, o que aumentaria e limitaria, como referiu, quer os custos, quer as opções, não só dos cidadãos, como das empresas.
É por isso, justificou Mário Centeno, que no próximo mês de junho os líderes europeus têm de tomar as decisões concretas sobre o processo da construção da união bancária, evitando a prática de “mais um roteiro”, referindo a este propósito, estar “firmemente convicto” que a união financeira, que “compreende a união bancária e a dos mercados de capitais”, vai mesmo avançar, constituindo um “alicerce indispensável” de uma funcional UEM, lembrando ainda o governante, que um sistema financeiro integrado “deve ser a imagem da política monetária comum”, cenário sem o qual, sustentou, “não é possível colher todos os benefícios da moeda única”.
Convergência com a zona euro
Já esta manhã, durante uma sessão de “diálogo económico” com os deputados da comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, Mário Centeno, na qualidade de presidente do Eurogrupo, enalteceu a importância de uma UEM “com regras e níveis de flexibilidade na sua implementação”, defendendo que os países do euro precisam destas regras para “regular o comportamento e coordenar a evolução económica e financeira de todos”.
Nesta sessão com os parlamentares europeus, Centeno apelou ainda à Comissão para que continue a implementar com “sensatez” as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que classificou como “a bússola da política orçamental”, reconhecendo, contudo, que “há níveis de flexibilidade na implementação destas regras” com as quais se “pode ou não concordar” ou se foram ou não “utilizadas da forma mais eficaz”.
Em forma de conclusão, Mário Centeno lembrou aos deputados europeus o “exemplo português” que, em sua opinião, mostra como é possível “encontrar alternativas” a um conjunto de políticas para dar “resposta a problemas concretos em momentos determinados”, não deixando de respeitar, como salientou, o “quadro de uma política comum”, o que ficou provado com o facto de “pela primeira vez”, o crescimento da economia portuguesa ter convergido em 2017 com a da zona euro.