Cavaco Silva acabará por indigitar António Costa
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa defendeu ontem na TVI, que Cavaco Silva não tem hipótese de se furtar a indigitar, mais cedo do que tarde, António Costa como primeiro-ministro.
Para Fernando Medina, apesar da “contrariedade” que o Presidente da República já demonstrou pela solução governativa apresentada pelo PS e pelos partidos à sua esquerda “acabará por indigitar o líder socialista como primeiro-ministro”.
Fá-lo-á, disse Fernando Medina, “provavelmente de forma contrariada, poderá mesmo avançar com um conjunto de condições, mas não terá outra alternativa”.
Dado este passo, defendeu o autarca do PS, “será interessante” observar o que acontecerá com os dois principais blocos no Parlamento, realçando que no que respeita ao PS, António Costa, depois de indigitado, tem vários desafios pela frente.
Desde logo com a composição do Governo, que para Fernando Medina terá de ser “sólido, equilibrado e moderado”, capitalizando a experiência política com a renovação.
Um segundo desafio é saber como António Costa fará a apresentação do programa do Governo, porque será aí que os portugueses “saberão verdadeiramente qual a natureza da solução governativa encontrada” e, finalmente, defendeu ainda o comentador da TVI/24, o desafio que se colocará em relação ao Orçamento do Estado, por que é preciso saber, disse, da sua “compatibilização com as regras europeias”, se é também um orçamento reformista, ao mesmo tempo se é ou não claro na afirmação dos sinais de mudança, nomeadamente sobre os que são subscritos com os partidos que apoiam a solução governativa liderada pelo PS.
Se António Costa conseguir alcançar sucesso nestes desafios, sustentou o autarca de Lisboa, “nomeadamente na frente orçamental” isso terá como consequência um reforço da sua posição enquanto primeiro-ministro, permitindo-lhe entrar em 2016 “numa posição sólida” e mais capaz de enfrentar em abril o novo PR, “área onde a direita vai concentrar as suas atenções”, designadamente ao tentar provocar eleições o mais cedo possível.
Mas não será só com o futuro inquilino do Palácio de Belém, caso venha a ser eleita uma personalidade próxima da direita, que António Costa terá eventualmente que confrontar as suas ideias políticas e as soluções governativas que defende, lembrou ainda Fernando Medina.
A direita que viu o Parlamento encontrar uma solução alternativa de esquerda, recordou ainda o autarca de Lisboa, já deixou claro que irá cerrar fileiras sobre o argumento de “ilegitimidade política da solução encontrada pelos partidos da esquerda parlamentar”.