home

Carris Metropolitana vai servir 18 concelhos com passe social único

Carris Metropolitana vai servir 18 concelhos com passe social único

Foi ontem aprovada a constituição da "Carris Metropolitana”. A nova empresa de transportes vai servir os 18 concelhos da Grande Lisboa e da Península de Setúbal.

Notícia publicada por:

Carris Metropolitana vai servir 18 concelhos com passe social único

As ligações rodoviárias nos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) vão passar a ser realizadas por uma única empresa: a “Carris Metropolitana”. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da AML, Fernando Medina, após a reunião do conselho metropolitano, onde os presidentes dos 18 municípios que integram a AML aprovaram a medida por “unanimidade e aclamação”.

A “Carris Metropolitana” contará com um único tarifário e terá sinalética e rotas municipais e intermunicipais integradas numa única rede. 

A primeira medida desta integração de transportes será o passe social único, que custará até 30 euros dentro de Lisboa e até 40 euros nos restantes concelhos da AML, sendo que, as crianças até aos 12 anos ficarão isentas e o pagamento total máximo por família será de 80 euros (dois passes sociais).

Com esta modalidade, por exemplo, um utente que viaje de Setúbal a Lisboa pagará no máximo 40 euros, o mesmo valor que pagará quem se desloque de Vila Franca de Xira, de Almada ou de outro qualquer concelho da AML para a capital.

O passe social único irá, também, permitir eliminar os cerca de dois mil tipos de passe que existem atualmente.

As autarquias abrangidas estão a elaborar o mapa da rede que irá definir as ligações rodoviárias, quer entre concelhos, quer no interior de cada município. O mapa deverá estar concluído nos próximos meses.

No início do próximo ano, a AML vai abrir concursos em lotes para que os operadores privados possam concorrer a operar em determinadas zonas, mas sob a marca “Carris Metropolitana”, pois, como explicou Fernando Medina “as referências dos autocarros são únicas, mas depois as empresas operadoras poderão ser diferentes”.

O autarca de Lisboa informou ainda que nos próximos meses vão decorrer as negociações para que o novo sistema abranja operadores como a CP e a Fertagus.

A AML estima que o funcionamento integrado acontecerá em 2020.

Financiamento do OE2019

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa salientou que foi possível aprovar estas medidas em virtude de estarem contempladas na proposta de Orçamento de Estado para 2019 (OE2019), onde o Governo propõe-se financiar a progressiva redução do preço dos passes dos transportes públicos em todo o país com uma verba na ordem de 83 milhões de euros.

Conforme consta no relatório da proposta de OE2019, desse valor (83M€) “será destinado, num mínimo de 60%, a aplicar à redução dos tarifários aplicados, nomeadamente a redução do preço dos passes, a criação de passes família e a gratuitidade do transporte para menores de 12 anos, devendo a parte remanescente ser destinada à melhoria da oferta e à extensão da rede pública”.

Medina avançou ainda que, o quadro do OE2019, “a transferência do Governo” para as áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto “deve andar na casa dos 50 milhões de euros”.

Por seu lado, os municípios que constituem a AML acordaram investir 30 milhões na melhoria do sistema de transportes, distribuídos ponderadamente consoante critérios, como o número de população, a área e as necessidades. 

Este investimento visa, entre outros, aumentar o número de autocarros e a qualidade do serviço oferecido a 2,7 milhões de cidadãos.

As deliberações aprovadas, “por unanimidade e aclamação” pela AML são “históricas” e “inéditas”, considerou Fernando Medina, que agradeceu ao Governo liderado por António Costa pela “medida revolucionária” para a mobilidade da AML.

Recorde-se que a AML é composta pelos concelhos de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.