Carlos César destaca grande empenho das autoridades no combate à pandemia
Durante o programa semanal da rádio TSF ‘Almoços Grátis’, o dirigente socialista frisou que António Costa “nunca esteve ausente, mas também nunca tornou a sua presença um motivo de alarme ou de aumento de incertezas”. “Em geral, todos têm cumprido bem as suas funções”, asseverou.
Carlos César disse que tem havido um grande empenho, também nas Regiões Autónomas, “e um grande acerto na forma como todos têm procedido, na ação articulada, por exemplo, ao nível da administração central de certos ministérios pivôs – o da Saúde, o da Economia, o das Finanças, o da Segurança Social, da Administração Interna” –, bem como “o diálogo que tem havido com os partidos políticos, com as instituições particulares de solidariedade social, com os parceiros sociais”.
O presidente do PS defendeu depois que é de extrema importância “ir reforçando e alterando medidas de acordo com a evolução e a observação da sua eficácia, mas cuidando do edifício da sua coerência e da sua articulação sucessiva, de modo que não sejam desencadeadas medidas contraditórias, mas sejam supridos sucessivamente os estádios de intervenção que a administração está a fazer”.
Voltando a referir que Portugal vai precisar de um Orçamento Retificativo, Carlos César alertou para a “enorme paralisação e as suas consequências na riqueza nacional e na nossa capacidade” resultantes desta “crise sanitária”.
“Vamos ter um desequilíbrio inevitável das contas públicas, que virá de dois lados: por um lado, a receita fiscal a cair a pique e, por outro lado, a necessidade de mobilizar recursos enormes nas despesas da saúde e da segurança social, que é a área que vai sustentar o maior cheque de apoio à economia, às empresas e às famílias”, explicou o presidente do Partido Socialista, que acrescentou que “essas medidas estão calendarizadas na sua execução”, sendo que algumas delas vão entrar já na primeira semana de abril.
Para Carlos César, a maior parte das medidas do país “dependem também de medidas no plano europeu. Não tenhamos dúvidas”. É preciso “um grande plano de recuperação à escala europeia”, garantiu.
“Como alertou o primeiro-ministro, era muito importante haver, para já, uma emissão conjunta de dívida titulada por eurobonds, não só para apoiar as necessidades de financiamento, mas também porque era um sinal político forte”, salientou.
Sufoco do ponto de vista informativo
Carlos César falou também sobre o problema do ponto de vista comunicacional durante toda esta “crise sem fronteiras e sem limite”: “O problema não é a qualidade da comunicação por parte das entidades oficiais, o problema é a sobrecomunicação existente, um autêntico sufoco do ponto de vista informativo”.
Ora, este problema é “tal que o mundo mediático passou a ignorar outras coisas que foram acontecendo ao mesmo tempo. As guerras militares que continuam, os migrantes que falecem, os amontoam sitiados em fronteiras, as guerras diplomáticas”, defendeu.
“O que interessa é que nós estamos em face de uma pandemia que vai ser longa e, portanto, as impaciências de hoje até ainda são poucas, porque as medidas restritivas vão-se prolongar por muito mais tempo, a economia vai sofrer um abalo muito significativo e a nossa capacidade de resposta deve contar com isso e não se esgotar no curto prazo, descurando aquilo que serão réplicas dessa primeira onda”, avisou.
O presidente do Partido Socialista aproveitou a sua participação no programa para prestar homenagem “aos que mais contribuem” para se vencer esta pandemia, que são, em primeiro lugar, “os que cumprem as orientações que são dadas pelas autoridades de saúde e, a seguir, os que, com sacrifício próprio, nos prestam cuidados e os serviços que necessitamos”.
Oiça aqui, na íntegra, o programa de hoje.