Carla Tavares sugere recuperação da linha do Vouga através do Ferrovia 2020
Carla Tavares lembrou o relatório sobre o estado das vias férreas em Portugal, divulgado no princípio de março deste ano, que concluiu que 60% das linhas ferroviárias são “medíocres” ou “más”. Entre os piores estão precisamente, segundo o mesmo relatório, os troços de Ovar-Gaia e a linha do Vouga, “o que vem reforçar as muitas preocupações e pedidos de intervenção” ouvidos desde há uns anos.
Não se pode ignorar, segundo a parlamentar eleita pelo círculo de Aveiro, “que o anterior Governo de coligação PSD/CDS foi o maior responsável pelo desmantelamento da ferrovia em Portugal”. Está ainda bem presente “a intenção do Governo presidido por Passos Coelho de desativação total da linha do Vouga, intenção apenas travada pelas populações e pelos autarcas” no ano de 2011, vincou.
Carla Tavares recordou ainda a decisão do Governo presidido por Aníbal Cavaco Silva de encerrar a linha do Dão, que ligava Sernada do Vouga a Viseu.
Apesar de a linha do Vouga não ter sido desativada, como a direita pretendia, está “comprovadamente em mau estado” e é “afetada pelo mau serviço prestado pela CP”, que não respeita os horários e reiteradamente suprime, sem qualquer aviso prévio, as poucas ligações diárias, denuncia.
A deputada socialista louvou depois a atuação do atual Governo, que “tem executado um plano de modernização da ferrovia portuguesa através do programa Ferrovia 2020, investimento que consideramos estratégico e que fará grande diferença na vida das populações por todo o país”.
Assim, Carla Tavares considera “essencial que a modernização e requalificação da linha do Vouga se venha a enquadrar neste programa, devendo constituir uma das prioridades cimeiras de intervenção pela importância estratégica e para a mobilidade das populações que serve, destacando-se o importante papel que o troço Aveiro-Águeda desempenha atualmente no transporte de estudantes entre a Universidade de Aveiro e o Pólo daquela mesma Universidade em Águeda, a ESTGA – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda”.
Para agravar a situação, a parlamentar socialista alertou que foi noticiado nos últimos dias “que há dúvidas quanto à reposição em 2018 do êxito dos comboios turísticos, que em 2017 ultrapassaram todas as expectativas, designadamente da CP”.
“Surpreendentemente, vem agora a CP dizer que não sabe se esta iniciativa se repetirá, e no que à linha do Vouga respeita – que aliás teve uma taxa de ocupação de 100% – é mesmo referido que a iniciativa pode não se realizar”, lamentou. Segundo a socialista, foi apontado o facto de não ter sido possível a reparação da locomotiva do Vouguinha, devido à falta de pessoal.
“Ora, e afastada que está a possibilidade de usar a locomotiva a vapor em alternativa à locomotiva a diesel, agora avariada, consideramos que a CP deverá encontrar uma resposta adequada que viabilize a reposição desta iniciativa, atento o sucesso que teve no ano passado”, defendeu.
Deste modo, a deputada do PS questionou ainda à tutela quais as diligências levadas a cabo para reparar, em tempo útil, a locomotiva a diesel utilizada no comboio turístico.