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Capital Verde Europeia 2020

Capital Verde Europeia 2020

Lisboa ganhou o prémio de Capital Verde Europeia 2020. A distinção é o reconhecimento da estratégia ambiental que Lisboa tem vindo a ser desenvolvido na última década com vista a ser uma cidade mais sustentável e com melhor qualidade de vida.

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Capital Verde Europeia 2020

A distinção foi anunciada pelo Comissário Europeu do Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, no passado dia 21, numa cerimónia que decorreu em Nijmegen, na Holanda.

O prémio visa premiar os esforços e os resultados alcançados em áreas como a ecologia, eficiência energética e da política de resíduos ou a sustentabilidade social da cidade.

Todos os anos, cerca de três a quatro dezenas de cidades europeias candidatam-se ao galardão, sendo que, foi a primeira vez que a Comissão Europeia atribuiu o prémio a uma cidade do sul da Europa.

O júri reconheceu e valorizou a estratégia de políticas públicas integradas que estão a ser implementadas em Lisboa, nomeadamente na área da energia e da eficiência energética, que se traduziu na redução significativa das emissões de carbono, sendo que, existe “o compromisso político de atingir a neutralidade, que significa um saldo zero entre o que é emitido e o que é capturado”, reforçou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

O autarca salientou, também, o trabalho desenvolvido “na área da habitação, a privada e a de iniciativa pública municipal”, disse Fernando Medina, que deu como exemplos os projetos já implementados no Bairro Padre Cruz e no Bairro da Boavista.

Na sua intervenção na cerimónia, o edil destacou também a vertente da água, que considerou ser um “recurso escasso, extraordinário, que nós temos”, reconhecendo que foi “graças ao esforço da EPAL, somos hoje uma das cidades do mundo com menos perdas na rede”.
O júri do prémio valorizou, ainda, o plano geral de drenagem, o qual constitui um “investimento estratégico de uma cidade que tem que se proteger das alterações climáticas”, disse Fernando Medina.

Recorde-se que, como salientou o autarca, Lisboa foi a primeira capital na Europa a assinar o novo Pacto de Autarcas para as Mudanças Climáticas e Energia, em 2016, depois de ter alcançado uma redução de 50% nas emissões de CO2 (2002-2014) e de, entre 2007 a 2013, ter diminuído os consumos de energia, em 23%, e da água, em 17%.

O presidente declarou que, não obstante os avanços e objetivos atingidos, ainda existe muito trabalho a fazer, desde logo “no aumento dos índices de separação dos lixos, no programa de compostagem e na criação de soluções que respondam a problemas concretos e reforcem a sensibilização para a reciclagem”, disse.

Água reciclada rega Rock in Rio

O Festival Rock in Rio é o primeiro evento público a utilizar água residual tratada para rega dos espaços verdes. O projeto-piloto, apresentado no dia 18 pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, prevê o uso de água tratada para rega de uma área restrita do Parque da Bela Vista.

O Rock in Rio é, assim, um dos beneficiários do programa “Sê-lo Verde”, do Ministério do Ambiente, tornando-se, assim, o primeiro festival de música a utilizar água reciclada.

A reutilização da água é “considerada uma componente fundamental da estratégia da conservação dos recursos hídricos, tanto pelas Nações Unidas como pela União Europeia”, afirmou o ministro do Ambiente aquando da apresentação da iniciativa inédita.

O projeto resulta da colaboração das Águas do Tejo Atlântico, da Agência Portuguesa do Ambiente, da Direção Geral da Saúde, da Administração Regional de Saúde da Região de Lisboa e Vale do Tejo e, também, da Câmara Municipal de Lisboa e do Instituto Ricardo Jorge.

A iniciativa visa provar e divulgar que as águas residuais, após serem sujeitas ao devido tratamento, podem ter outras utilizações, como é o caso da rega, o que permite reduzir o consumo de água potável e garantir um uso mais eficiente deste recurso.

Note-se que, previamente, a Agência Portuguesa do Ambiente efetuou os devidos testes e monitorização dos parâmetros no sentido de garantir a segurança e qualidade da água.

Esta iniciativa está em linha com as melhores práticas, visto que o uso de água tratada tem sido considerado pela União Europeia e pelas Nações Unidas como uma importante medida para combater o desperdício. “As águas residuais representam um recurso muito valioso, devido à disponibilidade limitada de água doce no mundo e à sua crescente procura”, defendeu Guy Rider, responsável da ONU-Água, no relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos publicado em 2017.