Candidato da direita à Europa “não pode ter perdão” pelo desrespeito por Portugal
O Secretário-geral do PS defendeu este fim de semana, em Mangualde e em Leiria, nos dois comícios em que participou ao lado do cabeça de lista socialista ao parlamento Europeu, Pedro Marques, que o candidato do PPE à liderança da União Europeia, apoiado pelo PSD e pelo CDS, o alemão Manfred Weber, não “tem perdão” pela “falta de respeito” que manifestou por Portugal e pelos portugueses.
O líder socialista recordou que Weber apelou à Europa, “depois de nos ter posto sob o jugo da austeridade”, para que se mantivesse o rumo sancionatório a Portugal, prosseguindo com as políticas de austeridade impostas pela ‘troica’ que “tanta pobreza e desemprego criaram a milhares de portugueses”, muitos deles obrigados a emigrar.
Não podemos ter à frente da Europa, defendeu António Costa, em ambos os comícios em que participou, alguém que “nos quis castigar e punir” mostrando um absoluto “desprezo pela pobreza que cresceu em Portugal” e pelos milhares de desempregados gerados pela austeridade determinada pelas políticas da Troica e pelos “muitos milhares de portugueses” que, graças a estas políticas de austeridade, “foram obrigados a emigrar”, como se a “austeridade não tivesse sido já castigo suficiente para Portugal”.
Partido aberto ao diálogo
Noutro passo da sua intervenção no almoço-comício em Mangualde, perante mais de duas mil pessoas, o líder socialista refutou as críticas que acusam o PS de ter uma relação próxima com o Presidente francês, Emmanuel Macron, de centro direita, lembrando António Costa que, do mesmo modo que os socialistas portugueses mantêm esta boa relação com o líder francês, também a têm conservado com o primeiro-ministro grego, mais à esquerda, Alexis Tsipras.
O que queremos no PS, acrescentou o Secretário-geral, é ajudar a construir, também na União Europeia, uma “grande frente progressista”, garantindo que a nível nacional os socialistas estão “bem vivos, cheios de força e energia e a conseguir uma grande mobilização” dos portugueses em volta do projeto político do PS, também para a Europa, lembrando aos mais distraídos que o Partido Socialista não nasceu na “comodidade da democracia já conquistada, mas ainda na clandestinidade contra a ditadura”, mantendo-se sempre fiel na defesa da liberdade e da democracia.
Um PS forte e ativo na Europa
Já na noite de sexta-feira, em Leiria, num jantar com milhares de militantes e simpatizantes socialistas, António Costa referira que, para o PS, estar na Europa “não é estar de braços cruzados”, nem numa atitude passiva “à espera que outros decidam”.
O líder socialista lamentou que PSD e CDS continuem a insistir em apresentar candidatos que, “ao fim de 10 anos, não são capazes de dar um único exemplo de qualquer contributo sério para melhorar a vida de qualquer português ou ter criado melhores condições para qualquer empresa em Portugal”.
Para António Costa, para além da direita não ter até agora apresentado uma única proposta séria em relação à Europa, pelo contrário, como salientou, PSD e CDS apenas têm limitado a sua ação a mostrar numa espécie de “pré-aquecimento” para as legislativas de outubro aquilo que querem fazer nessa campanha eleitoral, insistindo que este desprezo mostrado pela direita em relação à Europa não traz nada de bom para o país, mostrando-se convicto de que Portugal “não seria o que é sem a Europa, mas que a Europa também não seria o que é sem a contribuição portuguesa”.
A este propósito, o Secretário-geral socialista e primeiro-ministro fez questão de recordar que “nenhum partido se bateu tanto para que Portugal fizesse parte da União Europeia como o PS”, sustentando que o país não pode “baixar os braços” ou deixar de “estar ativo na Europa”, objetivo que será mais facilmente alcançado, como garantiu, com um “PS forte”, apelando aos eleitores para que encarem estas eleições europeias como “tão determinantes e essenciais”, como são as eleições para “cada uma das freguesias ou para cada um dos municípios ou mesmo eleições para a Assembleia da República”.
O líder socialista destacou ainda a qualidade das pessoas que integram a lista do PS às europeias, gente que “conhece o país”, como referiu, e que nesta campanha eleitoral para o Parlamento Europeu “andam no terreno e não a fazer política espetáculo”, reafirmando que votar no PS “é também manter com responsabilidade o caminho que se iniciou em Portugal há três anos, sem desvios ou tentativas de enganar os portugueses”.