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Campanha contra mutilação genital feminina une esforços

Campanha contra mutilação genital feminina une esforços

O direito a viver sem Mutilação Genital Feminina (MGF) é uma campanha conjunta de autoridades e parceiros da sociedade civil portugueses e guineenses, que se prolongará até ao final do verão, nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, em Portugal, e de Bissau, na Guiné-Bissau.

Segundo o ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, esta campanha pretende “lançar um grande movimento contra a MGF”.

Na apresentação desta iniciativa, em Lisboa, o governante adiantou que esta iniciativa “estará em vigor entre julho e setembro, e abrangerá todos os balcões de saída de voos para a África Ocidental”, região que alberga a maioria dos cerca de 30 países de origem da MGF.

“É fundamental o envolvimento das comunidades nas quais, por razões falsamente culturais, a prática da MGF ainda resiste”, vincou Eduardo Cabrita, referindo que “a MGF é crime público” tanto em Portugal, como na Guiné-Bissau – único país lusófono com registo desta prática, onde metade das mulheres são mutiladas, apesar de uma lei a proibir desde 2011.

O ministro-adjunto classificou a campanha agora lançada como “um combate pela igualdade, pela liberdade, pela afirmação de valores e de direitos, que é de todos, não é um combate de mulheres, mas de homens e de mulheres, que nos deve unir a todos”.

“Em Portugal, esta prática está identificada como perfeitamente residual, pelo que, mais do que leis e ações repressivas, é necessário transformar a MGF em algo que não é desejado pelas populações onde é mantida”, referiu.

Por sua vez, a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade referiu que, de acordo com estimativas, há a viver no nosso país 6500 mulheres excisadas.

“Entre abril de 2014 e março de 2016, a plataforma que sinaliza esta prática contabilizou 136 vítimas, todas com mais de 15 anos e sujeitas à MGF fora de território nacional”, lamentou Catarina Marcelino.

Recorde-se que a mutilação genital feminina é uma prática com consequências físicas, psicológicas e sexuais graves, podendo até causar a morte.

Esta prática afeta cerca de 200 milhões de mulheres e meninas em mais de 50 países, sobretudo africanos ou de acolhimento da cultura africana.