Cada abstenção é um voto na coligação de direita
Num discurso onde procurou desfazer algumas das dúvidas dos indecisos, o líder socialista afirmou que “o PS não promete de mais, nem é mais do mesmo, e cada abstenção é um voto indireto na coligação de direita”.
Segundo a “grande sondagem” que António Costa diz ter feito ao longo dos últimos meses em todo o país, há duas conclusões a retirar: “Há uma esmagadora maioria de portugueses que tem a firme determinação de pôr termo a esta política e a este Governo e há um número muito significativo de pessoas que já percebeu que, gostando mais ou menos, só há uma forma de pôr termo a este Governo se votar no PS”.
O Secretário-geral do PS abordou também os motivos que levam alguns cidadãos a continuarem indecisos, referindo que muitos querem o fim da sobretaxa de IRS e a reposição dos cortes salariais, mas não confiam que o PS cumpra essas promessas.
“Sentem-se tentados a ficar em casa e até absterem-se”, disse, acrescentando que por isso “temos o dever de ter a humildade de desmontar argumentos e explicar que esse voto é absolutamente decisivo, não só para derrotar a direita, mas também para que o PS possa ganhar em condições de poder governar e poder cumprir o seu programa”.
António Costa referiu ainda “sentimentos contraditórios” em cidadãos que querem mudar de Governo, mas ao mesmo tempo dizem que o PS está a prometer coisas a mais.
“Foi precisamente para não prometermos de mais que o PS teve o cuidado de se preparar para estas eleições e, por isso, antes de assumir compromissos, fez a avaliação das medidas e fez as contas. Hoje o programa do PS não é um conjunto de promessas, mas um conjunto de compromissos escritos e com contas certas”, explicou.
Maioria absoluta do país contra Governo
Intervindo também no almoço-comício, a eurodeputada socialista Elisa Ferreira afirmou sentir que existe uma “maioria absoluta” no país contra o Governo PSD/CDS-PP, mas defendeu que apenas o voto no PS, e não em “partidos da crítica”, levará à mudança.
“Apesar de todas as técnicas de marketing e sondagens, a verdade é que há uma maioria absoluta em Portugal indiscutível contra este Governo, contra a dupla Passos e Portas”, disse.
Nesta fase, segundo Elisa Ferreira, a “única questão” é perceber se a “desilusão, tristeza e crítica profunda” levará à concentração de votos no PS ou se serão distribuídos por outras forças políticas.