Cabe à coligação dizer se quer prosseguir o diálogo
Para o presidente do PS, concretizado este passo por parte do líder socialista, ao ter enviado à coligação, no espaço de três dias como combinado, o documento que tinha prometido reduzir a escrito e de forma detalhada o que havia transmitido na reunião do passado dia 13 de outubro a Passos Coelho e a Paulo Portas, compete agora aos partidos da direita decidirem se “querem ou não avançar no diálogo com o PS”.
Em nota enviada à agência Lusa, Carlos César recorda que a carta do líder do PS contém a apreciação “crítica das propostas antes apresentadas pela coligação”, tendo em vista a procura de um acordo de Governo, ficando agora em “aberto” a possibilidade de a coligação “aceitar ou não a plataforma política proposta pelo PS”.
Lembrou o diálogo político que tem prosseguido entre o PS e os partidos à sua esquerda, salientando, neste particular, o “grande esforço” que o PS tem feito para “aproximar e tornar compreensíveis” as semelhanças e divergências reais entre todos os partidos, contribuindo assim, “para identificar as melhores possibilidades de entendimento”.
Um esforço que Carlos César reconhece ser “difícil e a necessitar de paciência”, mas que tem decorrido num espírito de “diálogo e de boa-fé”, por vezes “incompreendido, mas indispensável”.
Nesta nota, o presidente do PS desmente a alegação propagandística da direita, que acusa o PS de apenas estar preocupado em chegar ao Governo a qualquer preço, lembrando que a posição que o PS tem sobre a evolução do quadro político e da constituição do futuro Governo, “não resulta de uma ambição defeituosa do PS”, mas de uma “exigência conformada com a nova realidade parlamentar”, saída das eleições de 4 de outubro, que “abre a possibilidade de novas maiorias”.
Carlos César reafirma, por último, que o único objetivo do PS é “evitar maiores custos para os portugueses” que resultariam, como salienta, do “prolongamento de uma política de austeridade excessiva, insensível, incontrolada e de maus resultados”.