“Bons resultados” começam a aparecer mas levantamento de medidas depende da “consolidação de dados”
Esta avaliação é feita em momento próprio pelo Conselho de Ministros, frisou a governante: “Nós estabelecemos desde o início um calendário quinzenal para poder ter alguma estabilidade de informação e ter dados mais robustos mais fiáveis e, portanto, vamos respeitar esse calendário”.
Marta Temido salientou que “há áreas que estão a ter uma evolução mais rápida do que outras, que são áreas mais complexas com mais habitantes com características mais multifacetadas”.
“Sabemos, sobretudo, que muitas destas medidas que utilizamos nestes cinco concelhos são medidas muito importantes eventualmente para estender a outros territórios”, admitiu. Trata-se de “aspetos provavelmente menos mediáticos”, como o trabalho das equipas multidisciplinares e das equipas de saúde pública.
“Acreditamos que é sobretudo por essa via que podemos garantir que a situação fica mais robusta, mais controlada e que em outros territórios também limítrofes a estes concelhos aquilo que é a progressão normal da doença pode ser evitada”, disse.
A avaliação das freguesias será feita em Conselho de Ministros esta semana e está dependente da “consolidação de dados”. “A grande lição que todos já temos hoje, até quando olhamos para a evolução de outros países, é que ninguém está livre da doença até ser descoberta uma vacina ou um tratamento eficaz, e não podemos baixar a guarda”, asseverou.
Marta Temido sublinhou que apesar de já começar a haver “bons resultados” na região de Lisboa, a redução dos números é “um caminho lento, moroso, difícil”, para o qual é preciso olhar “com prudência”.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde têm surgido a maior parte dos novos casos nas últimas semanas, “a incidência nos últimos sete dias registou uma variação positiva em três concelhos e nos últimos 14 dias mantém uma tendência decrescente em todos os concelhos, registando agora valores entre 90 a 120 novos casos por cem mil habitantes”, indicou.
Em todo o país registou-se uma taxa de incidência nos últimos sete dias de 15,7 novos casos por 100 mil habitantes, 37,1 novos casos por 100 mil habitantes, o que coloca Portugal “num padrão bastante confortável” em relação a este indicador, “embora haja ainda muito trabalho a fazer”, referiu a ministra da Saúde.
Disponibilizar vacina da gripe mais cedo e garantir rapidez de resposta para a Covid-19
Marta Temido mencionou depois que o Serviço Nacional de Saúde já se está a preparar para responder à circulação simultânea da Covid-19 e da gripe. As “preocupações centrais” prendem-se com a necessidade de garantir, por um lado, que há vacinas para a gripe sazonal e que a estratégia de vacinação esteja “definida a tempo de começar a aplicar a vacina da gripe” e disponibilizá-la mais cedo do que o habitual, e, por outro, garantir “a rapidez de resposta para um eventual recrudescimento da Covid-19, ou, pelo menos, para aquilo que sabemos que é a situação que vamos manter de ter de viver com a doença enquanto não tivermos uma vacina ou um tratamento eficaz para ela”.
Assim, a resposta deve ser melhorada “cada vez mais”, designadamente em termos de “rapidez de identificação dos casos e da sua testagem precoce”, frisou.
A ministra da Saúde avançou que o Governo está, por isso, a “investir na duplicação daquilo que é a capacidade própria do Serviço Nacional de Saúde de realizar testes”, para além do “esforço de um conjunto de outros parceiros, privados designadamente, que será sempre complementar e útil”.
A resposta também passa por recuperar a atividade assistencial não urgente que não foi realizada devido à pandemia, disse Marta Temido, acrescentando: “São vários níveis, vários focos, vários vetores, vários pilares do trabalho que estamos a desenvolver”.