Banco público terá balcões em todos os concelhos do país
Apesar de o Estado ser o acionista da CGD, tal não implica que o Governo interfira na sua gestão ou que deva “meter-se na vida do dia-a-dia” do banco público, lembrou António Costa, a propósito de uma notícia, segundo a qual a equipa da CGD, liderada por Paulo Macedo, pretendia reduzir para cerca de metade o número de balcões em todo o país, dando assim cumprimento ao plano de recapitalização da Caixa, de 3,9 mil milhões de euros, aprovado por Bruxelas.
Para o primeiro-ministro existe uma administração que deve exercer as suas funções com “independência e autonomia”, em relação ao Governo, cabendo ao Executivo, segundo António Costa, manifestar “toda a confiança na administração” do banco público para que possa assegurar a boa gestão.
Momento fulcral para futuro da CGD
O primeiro-ministro considerou contudo ser mais importante alertar para o facto de a CGD estar este mês confrontada com o processo de capitalização, iniciativa que vai permitir, como lembrou, que passe a existir “uma Caixa 100% pública”, com capital necessário para desenvolver a sua atividade fundamental, que é a de ser um “estabilizador do sistema bancário”, a garantia de poupança das famílias portuguesas e um “instrumento ao serviço da economia”.
O Governo, enquanto acionista, enfatizou o primeiro-ministro, fez o que lhe competia, aprovando os “planos de capitalização e de reestruturação” e avançando com “negociações junto das instituições europeias” tendo em vista, como aludiu, a viabilidade da Caixa Geral de Depósitos, cabendo agora à administração do banco público a gestão da instituição.
Governo atento à estabilidade do Montepio
O primeiro-ministro referiu-se ainda à associação mutualista Montepio e ao banco Caixa Económica Montepio Geral, salientando que o seu Governo, por intermédio do Ministério do Trabalho, está a adotar as medidas necessárias para “assegurar a estabilidade” de ambas as instituições, garantindo que aquilo que o Governo tem dito no que respeita à banca “é aquilo que tem feito”.
O Governo que lidera, salientou, não se limita a falar sobre os problemas, “mas em resolvê-los”, lembrando que , “até há um ano”, a prática seguida pelo anterior Governo da direita se resumia a esconder os problemas do sistema financeiro, que agora “são enfrentados e resolvidos”.
O primeiro-ministro lembrou que, quando iniciou funções, os bancos privados “registavam problemas” muito sérios, questões que hoje “felizmente”, como garantiu, “estão a ser solucionados”, criando as “condições institucionais” para que esses bancos estejam hoje “devidamente capitalizados” e com os conflitos que tinham com os acionistas solucionados.