Autarquias locais são “parceiros estratégicos” do Governo
Depois de louvar o esforço e a competência que os municípios têm demonstrado na gestão dos investimentos que têm feito nos seus territórios, e de os considerar verdadeiros “parceiros estratégicos” do Governo no desenvolvimento económico do país, o primeiro-ministro, António Costa, que se deslocou a Celorico da Beira para inaugurar as obras de beneficiação de uma estrada municipal, equipamento de grande importância para a região, foi claro ao defender que a sua presença nesta autarquia do distrito da Guarda justificava-se como “testemunho” do esforço que o município tem feito para tornar os seu território “mais atrativo” para o investimento e para a criação de emprego.
António Costa considerou a sua presença, em Celorico da Beira, como um “momento simbólico” e muito importante, e uma “forma de expressar gratidão e solidariedade” do Governo para com os municípios das zonas do interior mais desfavorecidas, e uma outra maneira de agradecimento “pelo grande esforço” que os autarcas destas terras fazem para servir as suas gentes e “promoverem o desenvolvimento e a coesão do território”.
Neste seu périplo pela região interior do país, o primeiro-ministro esteve ainda em Oliveira do Hospital, onde foi presidir à inauguração de uma nova unidade do campus de tecnologia e inovação do distrito de Coimbra, que vai dedicar-se ao estudo da conversão de mato inculto e de resíduos agroflorestais em substitutos de petróleo.
Floresta como oportunidade para criar valor
O país tem de começar quanto antes a inverter a lógica de que sempre que se fala em floresta, sobretudo quando se aproximam os dias quentes de verão, ela esteja quase sempre associada aos incêndios, defendendo António Costa que a floresta portuguesa tem de ser encarada como uma “oportunidade de criação de valor”.
E a prova de que a floresta tem enormes potencialidades para constituir uma importante riqueza para o país, acrescentou o primeiro-ministro, está no trabalho desenvolvido por esta nova unidade instalada em Oliveira do Hospital, que trabalha no âmbito das novas tecnologias com vista a transformar a biomassa em combustível, um passo importante, como defendeu, para dar valor económico acrescido à floresta, assegurando não só a “limpeza das florestas”, como ajudando a que o país “poupe muito dinheiro”, tornando-se menos dependente da importação de combustível fóssil.
Preparar o próximo quadro comunitário
Já em Tábua, onde se deslocou para presidir à inauguração do Centro de Investigação & Desenvolvimento do grupo Aquinos, o primeiro-ministro defendeu que o país tem de começar, “desde já”, a preparar o próximo quadro comunitário de apoio pós-2020, considerando que será aí que se poderão avaliar e analisar as “intervenções que ficaram por fazer”, dando como exemplo os equipamentos rodoviários ou outras infraestruturas com que “poderemos contar para o futuro”.
António Costa reafirmou que o Governo que lidera vai continuar a valorizar de forma enfática aquilo que à escala nacional poderá ser visto como uma iniciativa com interesse reduzido, como é o caso da construção de “pequenos troços rodoviários”, mas que adquire localmente uma importância inequívoca quando contribui para aproximar os “polos empresariais e industriais dos grandes eixos rodoviários”.
Lamentando que o atual quadro comunitário não permita este tipo de investimentos, o primeiro-ministro defendeu que a solução passa agora por se trabalhar, desde já, “quer num quadro de reprogramação, quer sobretudo no quadro do pós-2020”, de modo a que se faça “aquilo que falta ser feito”, sustentando ainda que Portugal só será competitivo se “apostar na “qualificação” dos seus recursos humanos.