Aumento do número de imigrantes realça a sua contribuição para o país
“A principal questão que influencia as perceções públicas [sobre a imigração] é o discurso que todos, incluindo os responsáveis políticos, fazemos sobre estes fatores. Daí, a importância de realçar que ao contrário do que muitas pessoas dizem não há nenhuma utilização dos benefícios sociais por parte dos migrantes. Pelo contrário, as contribuições são muito maiores que os benefícios”, explicou a governante, que moderou um painel na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Paris, sobre o papel da sociedade civil na integração de migrantes.
Mariana Vieira da Silva afirmou que “Portugal não é nenhum oásis, estamos sempre sujeitos ao debate internacional que está a ser feito e ao crescimento de algumas forças que têm um discurso distinto e, por isso, é muito importante repetir os factos e desmontar os mitos”.
Tanto a busca de trabalhadores como a necessidade de maior crescimento demográfico são pontos onde a imigração tem ajudado no desenvolvimento do país, garantiu a ministra, acrescentando que o Executivo se tem empenhado na criação de condições para que estas pessoas se possam estabelecer em Portugal.
“Isso faz-se simplificando todas as relações com a administração, acolhendo e integrando melhor usando todos os sistemas sociais, no ensino do português e mantendo uma boa relação de desenvolvimento com os países de origem”, apontou.
Para a mesa de negociações na OCDE, que está a estabelecer as melhores práticas para a integração de migrantes, a ministra da Presidência afirmou que Portugal traz uma larga experiência de integração “multinível”, assim como o apoio da sociedade civil.
“Portugal traz para essa discussão uma experiência de muitos anos em duas coisas: a integração multinível, uma relação entre os Governos nacionais, os municípios e a ação local, e a outra é uma grande integração da sociedade civil nesta resposta”, frisou.
Relativamente à dificuldade na fixação dos refugiados em território nacional, onde se estima que apenas metade dos mais de dois mil que chegaram a Portugal desde 2015 escolheram ficar, a governante referiu que há pontos a melhorar: “As pessoas procuram oportunidades de trabalho, um salário e alojamento, mas também ir ao encontro das suas redes familiares. […] O que estamos a fazer é melhorar a nossa capacidade de resposta. Sabemos que ter documentos e saber português são as duas ferramentas fundamentais para a integração e é nestas duas dimensões que estamos a trabalhar”.
Mariana Vieira da Silva acrescentou que o ensino do português está a ser reestruturado com turmas mais pequenas e horários mais favoráveis.