Aumento da capacidade de testagem é vital para o esforço do país
O primeiro-ministro, António Costa participou ontem, no Infarmed, na cerimónia de assinatura de uma parceria entre o Ministério da Saúde, o Instituto de Medicina Molecular, a Cruz Vermelha Portuguesa, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos e a Jerónimo Martins, que visa aumentar, em mais 3.500 colheitas por dia em posto fixo e 1.500 colheitas em brigadas móveis, o número de testes ao novo coronavírus à população da região de Lisboa e Vale do Tejo, e para que se assegurem respostas rápidas contra surtos de Covid-19 em todo o território.
Segundo o líder do Governo, o reforço da capacidade de testagem assume um carácter absolutamente “vital” para o controlo da pandemia, defendendo António Costa que o país tem hoje de ser mais do que nunca “rápido a detetar os casos” e a isolá-los, por forma a “romper as cadeias de transmissão”, porque “não pode repetir o cenário de paralisação da economia e da sociedade”.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro reiterou que é uma prioridade central do Governo “robustecer a capacidade” do Serviço Nacional de Saúde, por forma a dotá-lo de todos os meios técnicos e humanos disponíveis que lhe permitam tratar os infetados e, em particular, os que “desenvolvem patologias que requerem internamento”, uma aposta que se justifica, como expôs, porque se assiste em toda a Europa e em Portugal também, a um “crescimento significativo de novos casos”.
A este propósito, António Costa lembrou que as medidas decretadas logo no início do surto pandémico, como o encerramento de escolas, fecho de empresas ou a declaração do estado de emergência e o confinamento geral, se por um lado tiveram o efeito de travar com êxito o crescimento da doença, por outro lado, trouxeram um cenário devastador em termos sociais e económicos, designadamente baixando o nível do rendimento das famílias, desfazendo o emprego de centenas de milhares de pessoas e com consequências igualmente devastadoras para o universo empresarial que foi também “fortemente atingido”, sustentando que a única solução passa por “continuar a combater a pandemia ao mesmo tempo que se recupera o país”.
Prioridade à testagem
Antes de o primeiro-ministro ter usado da palavra, já a ministra da Saúde, Marta Temido tinha garantido que Portugal há muito que mantém, ao nível do SNS, a prioridade de fazer a testagem “o mais precoce possível” e dentro de padrões da maior credibilidade e segurança, garantindo que o Programa de Estabilização Económica e Social foi uma das “ajudas essenciais” para que muitos laboratórios hospitalares tivessem visto a sua capacidade aumentada, estando neste momento, como aludiu, nos “14.400 testes em autonomia”, garantindo a ministra da Saúde que objetivo é que os laboratórios hospitalares do serviço público de saúde possam chegar aos 22 mil testes já no final do próximo mês de outubro.
A ministra Marta Temido realçou ainda a importância da cooperação entre áreas setoriais, dando a este propósito o exemplo do trabalho técnico conjunto do seu ministério com o Instituto de Medicina Molecular e com a Sociedade Francisco Manuel dos Santos.