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Augusto Santos Silva critica “degradação da linguagem política” protagonizada pela direita

Augusto Santos Silva critica “degradação da linguagem política” protagonizada pela direita

“Nós não queremos trazer as instituições da República para a lama. Nós sabemos que a justiça e a política são domínios diferentes, sabemos que as Forças Armadas são uma instituição representativa de todo o país, sabemos que as questões judiciais se resolvem nos tribunais e que as questões políticas se tratam no parlamento e na política”, afirmou Augusto Santos Silva.

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Augusto Santos Silva critica “degradação da linguagem política” protagonizada pela direita

O candidato socialista pelo círculo eleitoral Fora da Europa participou este domingo no almoço-comício, em Matosinhos, onde criticou “a degradação da linguagem política, contra as calúnias e ofensas pessoais”, referindo-se às recentes declarações dos dirigentes do PSD e CDS sobre o processo de Tancos.

“A doutora Assunção Cristas parece querer afundar o nível do debate político democrático em Portugal, mas é hoje evidente para todos, basta olhar para as sondagens, que quem se vai afundar é ela própria”, disse o também ministro dos Negócios Estrangeiros.

Por seu lado, sobre o presidente social-democrata, o dirigente socialista considera que “Rui Rio pediu serenidade e elevação quando se trata de questões de justiça, disse com toda a razão que ser acusado não é ser condenado – e que só há um sítio em que tudo isso pode ser decidido: nos tribunais. Mas o doutor Rui Rio estava à espera da primeira oportunidade para desdizer a sua própria teoria”, constatou.

“Pode o país tolerar essa volatilidade?”, foi a pergunta lançada por Santos Silva aos muitos militantes e simpatizantes que participaram no encontro.

No seu discurso, o candidato socialista alertou também para os riscos de um reforço da influência dos partidos mais à esquerda, lembrando que o PS, contrariamente a essas forças políticas, “nunca pôs em dúvida a responsabilidade financeira, a pertença de Portugal à União Europeia e à zona euro”.

Augusto Santos Silva defendeu que o PS deve manter o diálogo à esquerda, porém, considera que “aqueles que têm dúvidas sobre o respeito pelas condições do pagamento da dívida, aqueles que querem que Portugal gaste 30 mil milhões de euros em nacionalizações, aqueles que desvalorizam as contas certas, esses não podem ter um poder desmedido”.

“Esses não podem ter uma influência desmesurada na próxima legislatura”, defendeu.

Dar continuidade às políticas dos últimos quatro anos

Neste quadro, o governante afirmou que o PS “precisa de uma maioria parlamentar indispensável”, de modo a dar continuidade às políticas dos últimos quatro anos “com uma orientação clara” e ajustada “à economia social de mercado própria da Europa”.

Augusto Santos Silva recordou que António Costa pôs termo à “estúpida teoria do arco da governação” que excluía os partidos da esquerda e que permitiu garantir a estabilidade política no país.

O governante e candidato socialista alertou também para os riscos de um clima de instabilidade, apontando o exemplo da Espanha.

“Basta olhar para a nossa vizinha Espanha para se perceber que, quando os socialistas não têm a força necessária, quando as forças que têm dúvidas sobre moderação e equilíbrio têm força desmedida, não há estabilidade política. E sem estabilidade política as condições da economia pioram e a vida torna-se mais difícil”, disse Augusto Santos Silva.