Augusto Santos Silva convida ao investimento alemão em Portugal
O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros falava no 4º Fórum Portugal-Alemanha, uma iniciativa da sociedade civil organizada pelo Instituto Português de Relações Internacionais, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Instituo de Política Europeia, de Berlim, que visa promover um diálogo aberto entre os dois países, em áreas tão distintas como a criação de emprego, a segurança interna e externa, as relações entre a Europa e o Continente africano e os desafios que a União Europeia enfrenta.
Augusto Santos Silva destacou a “natureza aberta da sociedade portuguesa” como um “trunfo para a economia digital”, que não “sobrevive com barreiras”, enaltecendo, de igual modo, as competências que hoje muitos portugueses detêm, em matérias tão diferenciadas como o domínio dos recursos digitais e de línguas estrangeiras, “outras vantagens” que podem contribuir para novas oportunidades de investimento em Portugal.
Na sua intervenção, o governante português elogiou depois o dinamismo económico alemão e a sua “capacidade de gestão” em “afetar o capital disponível para os bons negócios”, que identificou como exemplo com o qual Portugal pretende aprender.
O chefe da diplomacia portuguesa abordou também neste encontro a saída do Reino Unido da União Europeia, apelando à negociação “exclusivamente multilateral” e censurando a eventualidade de uma qualquer espécie de “negociação informal e bilateral” à “margem” do Conselho Europeu.
Augusto Santos Silva teve ainda oportunidade de falar da cimeira Websummit, que ontem terminou em Lisboa, referindo que esta cimeira representa “um novo ecossistema vibrante para a inovação empresarial nas tecnologias de informação”.
Solidariedade com os refugiados
Presente também neste encontro, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, criticou a falta de solidariedade que a União Europeia tem manifestado com os refugiados, fazendo a este propósito um paralelo ao sentimento que “alguns portugueses experienciaram”, durante o período de austeridade no consulado do anterior Governo de direita, em Portugal, em domínios como a “política económica e social”.
Para Margarida Marques, o que nessa altura o que estava em causa para os portugueses “era a falta de solidariedade europeia”, sentimento que lamentou se esteja hoje de novo a sentir em relação à política europeia para com os refugiados, lastimando a secretária de Estado que a União Europeia esteja mais uma vez a dar “um mau exemplo”. ao não defender de forma intransigente a solidariedade que, para Margarida Marques, é um dos “valores-chave” da União Europeia.