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Atual solução de Governo tem valor histórico que devia perdurar

Atual solução de Governo tem valor histórico que devia perdurar

A possibilidade de se poder repetir num próximo Governo o modelo da solução governativa vigente na presente legislatura, é, para o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “uma belíssima ideia”, também para se poder “melhorar e ir mais longe” nas políticas do Serviço Nacional de Saúde”.

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Atual solução de Governo tem valor histórico que devia perdurar

Numa entrevista que ontem concedeu à RTP, o ministro da Saúde, depois de assumir que veria com agrado que o modelo da chamada “Gerigonça” se pudesse repetir num próximo Governo, defendendo tratar-se de um “exercício democrático que deveria perdurar porque tem valor histórico”, considerou que o contributo de todos os partidos da esquerda parlamentar seria muito importante para tornar possível “irmos mais longe e sobretudo fazer mais pelo Serviço Nacional de Saúde”.

Referindo que o apoio que os partidos à esquerda do PS dão à atual solução governativa não faz deles, como salientou o ministro, “meus aliados”, mas apoiantes de uma solução de Governo “do qual faço parte”, Adalberto Campos Fernandes fez, contudo, questão de sublinhar a atitude de “grande lealdade institucional” nos últimos três anos, mesmo quando “divergimos politicamente”.

Garantindo que o próximo orçamento para a Saúde “não será muito diferente dos outros”, o ministro sempre foi adiantando que espera da parte dos partidos que apoiam o Executivo do PS, “como é natural”, uma maior exigência para que haja “mais investimento e mais recursos” para o setor, cabendo ao Governo manter a discussão num registo “também de grande lealdade e franqueza, lembrando, quando necessário, “aquilo que é possível fazer e o que não é”.

O titular da pasta da Saúde teve ainda ocasião, nesta entrevista, de manifestar a sua satisfação por haver uma “grande convergência” entre os três partidos e pela forma “francamente positiva” com têm sabido “convergir no essencial”, apoiando soluções que visam “proteger as pessoas que estão em condições mais difíceis, devolver-lhes a dignidade pessoal e coletiva”, apesar de existirem, como realçou, grandes diferenças entre PS, BE e PCP, do ponto de vista “programático, ideológico e estratégico”.

PSD desiste facilmente do Estado

Quando à mais recente proposta para o setor da Saúde vinda do maior partido da oposição, que sugere que se alargue a gestão privada aos hospitais públicos, Adalberto Campos Fernandes é perentório, lembrando tratar-se de uma “proposta muito frágil” com mais de 15 anos e que mais não significa do que “um ato de desistência política”.

O governante observou, a este propósito, que o PSD acarreta consigo “um problema que é histórico”, e não apenas na Saúde, porque “desiste facilmente do Estado” e sempre que é confrontado com dificuldades no Estado “orienta-se para a privatização”.