As eleições ganham-se votando e não nas sondagens
Que ninguém se “ponha a olhar para as sondagens” a pensar como vai votar no domingo. Este o apelo veemente deixado ontem na Praça do Rossio, no centro da cidade de Viseu, pelo Secretário-geral socialista, lembrando que “existem sondagens para todos os gostos”. Neste sentido, António Costa apelou aos eleitores, militantes e simpatizantes socialistas, que não deixem de comparecer em força nas assembleias de voto, lembrando que o que está em causa é a “continuidade do rumo seguido pelo atual Governo e a existência de estabilidade política em Portugal”.
O líder socialista falava no final de um grande comício que levou muitas centenas de pessoas ontem à Praça do Rossio, em Viseu, começando por garantir que caso o PS volte a ser chamado a formar Governo a sua postura enquanto primeiro-ministro manter-se-á como até aqui: “concentrado nos problemas reais dos portugueses”, uma garantia que deixou depois de ter elogiado o antigo campeão olímpico da maratona Carlos Lopes, sentado na primeira fila, e a “entrega à militância do PS” do antigo ministro Jorge Coelho”.
Quanto aos que têm manifestado algum receio de que o PS possa chegar à maioria absoluta, António Costa desdramatizou os mais inquietos, recordando-lhes que “não há contas a fazer, há votos a dar ao PS” para “mais quatro anos de estabilidade política”, que se traduziram, nesta legislatura, pela “devolução de salários e pensões cortados pela direita, pela eliminação da sobretaxa e por se ter poupado aos portugueses cerca de mil milhões de euros em IRS”.
Para além destas conquistas obtidas nesta legislatura, só possíveis, como referiu António Costa, graças sobretudo à estabilidade política alcançada nestes quatro anos, mas também fruto da enorme responsabilidade e competência governativa demonstradas pelo PS, foi ainda possível baixar o défice das contas públicas, o “mais baixo da nossa democracia”, e diminuir claramente a dívida, tudo, como garantiu o Secretário-geral socialista, “sem deixar de ter contas certas”.
Quando à forma “indiscriminada” como os partidos da direita têm vindo a defender, nesta campanha eleitoral, uma baixa de impostos para todos, o líder socialista considerou as propostas de PSD e CDS irrealistas, sustentando em alternativa uma “política seletiva” de redução de impostos, em “benefício das regiões do interior do país”.
António Costa defendeu ainda que, ao “contrário de outros” que insistem na defesa “indiscriminada” de uma diminuição de impostos também para as empresas, que a haver margem disponível esta “seja concentrada nos territórios do interior”, sustentado que é aí que “temos de concentrar os incentivos” para que haja um maior equilíbrio e um desenvolvimento mais sustentado do país.
Portugal está melhor e com mais investimento no interior
Antes de António Costa, falou o cabeça de lista do PS por Viseu, João Azevedo, que começou por recusar o epíteto de que o seu distrito seja o ‘cavaquistão’, recordando que Portugal tem hoje uma economia mais forte, “menos juros da dívida e menos desemprego”, para além de ter já no terreno uma “reforma das autarquias e muitas obras”, dando, a este propósito, como exemplo, o início da requalificação do IP3, que liga Viseu a Coimbra, ou a modernização da Linha da Beira Alta, que “garantirá mobilidade às pessoas e competitividade às nossas empresas”.
O cabeça de lista socialista por Viseu recordou ainda que nesta legislatura “aumentaram os instrumentos de apoio ao investimento no interior do país”, uma medida que vem claramente desmentir todos aqueles que estão “sempre a queixar-se de que tudo está mal”, como se eles também “não tivessem responsabilidades por aquilo que antes fizeram”, uma crítica que João Azevedo dirigiu claramente ao PSD local e nacional.