Área ardida reduz pelo terceiro ano consecutivo
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, declarou que a área ardida em Portugal diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, situando-se 51% abaixo da média dos 10 últimos anos. O ministro afirmou, ainda, que o número de incêndios rurais este ano, até dia 16 de outubro, também diminuiu significativamente comparativamente à média registada desde 2010.
As declarações do ministro foram prestadas no final da reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, Oeiras, onde foi apresentado e debatido o relatório provisório de incêndios rurais do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
De acordo com este relatório provisório, até ao dia 16 de outubro, registaram-se 9.471 incêndios rurais, quando a média entre 2010 e 2019 foi de 18.277 incêndios. Por seu lado, a área ardida no mesmo período foi de 66.171 hectares, quando a média da última década se situou nos 136.502 hectares.
O ministro atribuiu estes resultados “às políticas públicas” implementadas e “à atenção dos portugueses relativamente à centralidade da proteção civil”, sendo que, para o governante, “o grande objetivo estratégico” traçado há três anos “está realizado”.
Eduardo Cabrita não esqueceu a morte dos operacionais que faleceram ao serviço do país e das populações.
Prestamos “a nossa homenagem aos operacionais (bombeiros e pilotos) que este ano morreram ao serviço dos portugueses, ao serviço da segurança de todos”, lamentou Eduardo Cabrita.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) mantém, até ao dia 31 de outubro, 41 meios aéreos e prevê a flexibilidade operacional, podendo o dispositivo ser reforçado caso as condições meteorológicas o recomendem.
Para o ministro da Administração Interna, a prevenção “a prioridade absoluta” considerando que as alterações climáticas “determinam a elevação da perigosidade das ocorrências”.
Reforma da floresta
Eduardo Cabrita afirmou que o principal desafio está presentemente “na reforma da floresta e na alteração de comportamentos” das populações.
“Verificámos, mais uma vez, que quando existe uma zona de proteção em torno da aldeia decorrente ou de limpeza ou de existência de áreas cultivadas que funcionam como proteção natural, não houve qualquer risco”, referiu o ministro.
A necessidade e vantagens de cumprir as orientações das autoridades, nomeadamente em termos de confinamento ou de evacuação, deve acontecer “mesmo que num contexto particularmente delicado”, por forma a garantir a segurança das populações e dos seus bens, disse Eduardo Cabrita.