Aproximar a prevenção do combate
Segundo Eduardo Cabrita, depois da limpeza das faixas de gestão de combustível, importa “trabalhar na autoproteção” das populações nas zonas de maior risco de incêndio.
“Estamos a aprender com uma experiência que é notável”, disse o governante, numa alusão ao projeto “Aldeias Resilientes”, que está a ser desenvolvido pela Associação das Vítimas do Incêndio Pedrógão Grande (AVIPG), em parceria com a Associação de Proteção e Socorro e a empresa tecnológica WIT Software.
Cabrita falava à imprensa após ter participado na abertura de uma sessão de formação sobre incêndios florestais e segurança das populações, promovida pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Universidade de Coimbra, em colaboração com a AVIPG.
“É fundamental aproximar a prevenção do combate. É fundamental trazer conhecimento científico à experiência de combate aos incêndios”, sustentou o ministro, destacando que “este é um trabalho de todos” em Portugal.
Em cada situação de risco, “é necessário que as pessoas saibam o que devem fazer e não fazer na sua casa, onde está o local de abrigo”, pontualizou, acrescentando que tivemos e estamos a ter ainda “o tempo da limpeza”.
Mas, continuou, “temos o tempo da autoproteção, teremos de estar melhor preparados também para o tempo de combate”, frisou, alertando para a impossibilidade de “separar estas várias partes de um desafio que é de todos nós”.
Sistema robusto com meios aéreos todo o ano
Entretanto, e também no âmbito dos preparativos para a época de verão, Eduardo Cabrita fez saber que o incumprimento da empresa Everjets justifica a decisão do Governo de mobilizar “diferentes meios aéreos” de combate aos incêndios.
“A urgência levará a mobilizar todos os meios”, que assegurem, já este ano, “um sistema de resposta permanente e eficaz”, declarou, garantindo que o Governo socialista vai colmatar “uma verificação reiterada de incumprimento e incapacidade” determinada pela Autoridade Nacional da Aviação Civil.
“É verdade que há cinco milhões de euros de penalidades. Mas penalidades não salvam vidas, como multas não salvam vidas”, vincou o ministro da Administração Interna, assegurando que o que se está a preparar é “um sistema robusto”, isto é “de meios aéreos todo o ano, com mais versatilidade e com mais qualidade”.
Refira-se que, de acordo com Eduardo Cabrita, o Executivo liderado por António Costa vai “recorrer a mecanismos nacionais e internacionais de várias origens” ou mesmo, “numa situação limite, à requisição civil de meios aéreos.
“Temos de estar prontos todo o ano para todos os riscos”, concluiu.