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Apostar na inovação e abandonar o empobrecimento

Apostar na inovação e abandonar o empobrecimento

Um país pequeno, como Portugal, não está obrigado a não ser ágil na adaptação à evolução tecnológica, se optar por basear o seu modelo de desenvolvimento na inovação e “abandonar a estratégica de empobrecimento”, defendeu o líder socialista em Aveiro.

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Apostar na inovação e abandonar o empobrecimento

Falando no final da conferência dedicada ao programa para a inovação e internacionalização das empresas, organizado na passada sexta-feira pelo PS em Aveiro, António Costa sustentou que Portugal não deve ter “hesitações ou avanços e recuos” na sua estratégia de desenvolvimento, porque ser um país pequeno “não é necessariamente negativo”.

Para o líder socialista, esta realidade, pelo contrário, dá-lhe maior consistência, “capacidade de manobra e agilidade” permitindo-lhe estar na “crista da onda” da evolução tecnológica, recordando ser essencial que Portugal “não tenha a menor hesitação” sobre a opção de fundo quanto ao modelo de desenvolvimento futuro do país.

Para que Portugal possa encontrar um modelo de desenvolvimento sustentado para o futuro, defendeu ainda o Secretário-geral do PS, “temos de abandonar a prática dos últimos quatro anos de empobrecimento” e de desinvestimento na educação, na formação e na modernização tecnológica, e encontrar o rumo certo abdicando da estratégia errada de “mudar tudo conforme a legislatura”.

O problema, disse, não deve estar centrado na discussão em se ter mais ou menos investigação pura ou aplicada, pois o “investimento na universidade e na investigação científica pura é essencial”, uma vez que “ninguém sabe verdadeiramente o que será inovador daqui a 15 ou 20 anos”.

Admitiu que o saldo registado no sistema científico não tivesse tido o impacto desejado e expectável no tecido económico, mas lembrou que a “revolução científica” também não teria sido possível caso não tivesse havido a democratização do ensino superior, “iniciada na década de 70 por Veiga Simão”.

O diagnóstico “não é termos ciência a mais”, disse ainda António Costa, sublinhando que o país não tem excesso de doutorados, mas por “estarmos confrontados com a falta de empregos qualificados”.

Empregos qualificados que passam, em grande medida, pela qualificação do tecido empresarial e por um “grande esforço” na modernização das empresas, sendo para isso fundamental “concentrar os instrumentos das políticas de emprego num programa de emprego nas empresas”.

Reconhecendo ser necessário injetar nas empresas o “capital de conhecimento gerado na universidade”, não deixou, contudo, de alertar também para a necessidade de as empresas apostarem cada vez mais na qualificação dos seus quadros procurando assim ser mais inovadoras para crescerem.

Para o líder socialista, o Estado deve manter e aprofundar um papel importante no fomento e na inovação, lembrando a este propósito a evolução tecnológica registada em Portugal e usada pelos cidadãos, que nasceu a partir de indústrias como a da defesa ou da segurança.