home

Aposta no solar reforça mix energético do país

Aposta no solar reforça mix energético do país

Até 2021 Portugal vai triplicar a sua produção de energia solar. Esta a garantia deixada pelo ministro da Economia, quando hoje presidiu à inauguração em Ourique, no Alentejo, da primeira de várias centrais solares que se estão a construir por todo o país sem tarifas garantidas ou subsídios estatais.

Notícia publicada por:

Aposta no solar reforça mix energético do país

O Governo assinalou hoje, com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, o arranque da primeira de um conjunto de novas centrais solares a construir em todo o país até 2021, que permitirão triplicar dentro de três anos a produção de energia solar em Portugal, com a inauguração da maior central solar da Europa a produzir energia sem tarifas garantidas ou outros subsídios do Estado, em Ourique no distrito de Beja.

Trata-se de um novo equipamento, orçado em cerca de 35 milhões de euros, que ocupa uma área de 100 hectares, situado perto da aldeia de Grandaços, no concelho de Ourique, no Baixo Alentejo, que ficou concluído há cerca de um mês e desde logo a produzir energia, garantindo o ministro da Economia que depois deste parque solar “outros se seguirão no país” nos próximos três anos que vão “trazer um triplicar da capacidade solar até 2021” e, provavelmente, como sublinhou, “uma multiplicação por seis na capacidade de produção a partir de energia solar até 2025”, lembrando o governante que estão já licenciados mais de mil megawatts e que outros mil estão neste momento em processo de licenciamento.

Como assinalou o ministro Manuel Caldeira Cabral, esta central fotovoltaica de Ourique, que terá “uma vida útil de cerca de 30 anos”, tem uma potência instalada de 46 magawatts distribuídos por 142 painéis solares, e que vai produzir 80 gigawatts-hora de energia por ano, o suficiente, diz o titular da pasta da Economia e confirmado pela empresa promotora, MorningChapter, para “garantir o consumo de cerca de 25 mil famílias”.

Futuras centrais

Segundo o ministro da Economia, esta vaga de construção de centrais solares no país vai continuar, garantindo Manuel Caldeira Cabral que outras estão já em construção com uma dimensão que varia “entre os 10 e os 200 megawatts”, equipamentos que vão estar localizados, como assinalou, sobretudo no sul do país, “devido às melhores condições de exposição solar”.

O Governo espera agora, como referiu ainda o governante, que durante o próximo ano de 2019 vários destes parques e centrais solares entrem em funcionamento, fazendo, contudo, questão de realçar que estes equipamentos vão funcionar “sem subsídios à produção”.

O papel do Estado em todo este processo, referiu ainda o ministro Manuel Caldeira Cabral, foi criar um concurso com “condições clara e totalmente transparentes” para “quem quisesse ou queira ainda investir nesta área”, mostrando-se muito satisfeito com o significativo número de investidores, nacionais e estrangeiros, que têm manifestado interesse em investir neste setor, lembrando o governante que este interesse “até não é de estranhar”, considerando as condições “muito propícias” que Portugal oferece com um número médio anual de horas de sol que varia entre 2200 e 3000, em contraste, por exemplo, com a Alemanha, que apenas regista entre 1200 e 1700 horas.

A este propósito, o ministro destacou que o país oferece hoje um “potencial de produção na área das renováveis” que é muito interessante, considerando que a aposta no solar “vai complementar o mix energético do país, na qual a eólica ou a hídrica já assumem uma posição importante”.

Recorde-se que, numa entrevista em maio do ano passado, o professor António Sá da Costa, presidente da Associação de Energias Renováveis, afirmava, como forma de ilustrar a forte presença da luz solar em Portugal Continental, que a “quantidade de Sol que atinge o nosso país a sul do Tejo era suficiente, se fossem instalados painéis solares em 90 por cento do território, para alimentar a Europa a 28, Suíça e a Noruega”, incluídas.