Aposta no conhecimento é a chave do desenvolvimento
No debate, que decorreu no âmbito do YES Summer Camp, o acampamento dos jovens socialistas europeus, reunidos em Santa Cruz, Torres Vedras, participou também o deputado democrata-cristão Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS/PP.
Na sua intervenção, Alexandre Quintanilha explicou aos jovens socialistas as razões de se candidatar aos 70 anos de idade, afirmando acreditar que há alternativas e que “a austeridade a que o país foi sujeito não conseguiu quase nada do que foi prometido”.
E isto porque, lembrou, “o défice aumentou, o desemprego continua muito alto, a justiça não melhorou, está cada vez mais confusa, e na área do conhecimento houve a emigração que é cada vez mais qualificada”, disse.
“Tenho sido muito crítico com a falta de liderança nesta área da ciência, por isso gostava de deixar de criticar por fora e começar a trabalhar por dentro”, afirmou ainda Alexandre Quintanilha.
Por sua vez, Helena Freitas defendeu que “é preciso contrariar e inverter a falta de investimento nos últimos anos numa política de conhecimento nacional”, que considerou “fundamental para dinamizar a atividade económica”. Lamentando ainda “os cortes profundos” de verbas para as universidades, “locais privilegiados do conhecimento”.
A cientista defendeu ainda uma rede formada por universidades, autarquias e empresas para “criar e dinamizar conhecimento que possa ser transferido para a atividade económica”.
A boa herança de Mariano Gago
Já Tiago Brandão Rodrigues considerou que “em Portugal, nestes últimos anos, os investigadores têm uma situação precária e as instituições não lhes podem dar um lugar nas suas estruturas”.
Acrescentando que só a “resiliência dos cientistas portugueses impediu que o sistema rebentasse completamente”.
O investigador lembrou ainda os anos do ministro socialista Mariano Gago “em que a ciência se desenvolveu como nunca em Portugal”.
Na intervenção que fez no debate realizado no pavilhão batizado com o nome Maria Barroso, escolhido pela JS, Ribeiro e Castro afirmou ser um defensor do Estado Social tal com os restantes companheiros do debate.
“O nosso compromisso é claramente com o Estado Social e creio que isso é importante quando atravessamos um contexto de exigências financeiras. E se eu tiver sucesso e sorte ainda conseguirei convencer a audiência socialista, não direi da bondade das políticas de austeridade, que também não gosto, mas das políticas de rigor financeiro que são indispensáveis num contexto em que vivemos”, afirmou.