Apoio aos investigadores na batalha pelo emprego qualificado
Manuel Heitor falava na sessão de abertura do encontro Ciência’17, no Centro de Congressos de Lisboa, ocasião que aproveitou para pedir aos cientistas que avancem respostas para as questões que a sociedade lhes coloca.
No caso dos incêndios que há duas semanas devastaram o centro do país e fizeram 64 mortos, o ministro explicou que o desafio aos cientistas passa por explicar como aconteceram e como evitar que voltem a acontecer.
Citando o ex-ministro da Ciência Mariano Gago, definiu a ciência como “um campo de batalha” e desafiou os investigadores para “identificarem os inimigos da cultura científica”.
No fim da sessão da abertura, o ministro recebeu um manifesto assinado por centenas de investigadores bolseiros da Fundação para a Ciência e Tecnologia cujo vínculo precário está prestes a terminar.
Neste ponto, destacou o “desafio de criação de emprego qualificado” em Portugal e assinalou a evolução do panorama científico desde que foi criada a Fundação, em 97, quando de uma média de “500 novos doutores” formados anualmente se passou para 2500 em 2014.
No nosso país, disse, há “30 doutorados a fazerem investigação por cada 10 mil habitantes”, o que constitui um grande avanço, mas ainda longe do que se passa em outros países europeus, como a Noruega, onde o número é 60.
Depois, Manuel Heitor indicou a diversificação das formas de financiamento – com envolvimento do público e privado – e das instituições, abrangendo os politécnicos, como estratégias a seguir para a investigação científica.
De referir que o Ciência’17 é uma iniciativa organizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência.
Com mais de quatro mil participantes inscritos, o encontro tem pela primeira vez um país convidado, a Índia, com o qual Portugal assinou acordos de cooperação científica, nomeadamente nas áreas da nanotecnologia, bioengenharia e do espaço.
No encontro foram apresentados os termos de referência, para discussão, do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia 2017-2020, que define 14 agendas temáticas de investigação e inovação, englobando arquitetura, florestas, património cultural, agroalimentar, espaço e observação da Terra, inclusão social, mar, saúde, formas avançadas de computação e comunicação, turismo, sistemas sustentáveis de energia e robótica.