Apesar do muito já feito há ainda um longo caminho a percorrer
Falando aos jornalistas, depois de se ter reunido com a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, o primeiro-ministro, que estava acompanhado pelo ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, e pelos ministros da Agricultura e do Planeamento e das Infraestruturas, respetivamente, Luís Capoulas Santos e Pedro Marques, após ter defendido que o país “tem de continuar com o esforço de prevenção”, para evitar, como salientou, que novos incêndios florestais se repitam “com a dimensão trágica que alcançaram os de 2017”, alertou os proprietários, habitantes das zonas rurais e autarquias, que devem continuar a “promover uma cultura de segurança” que seja aceite e partilhada por todos.
Mas para além das medidas de prevenção imediatas que importa colocar no terreno, como, por exemplo, a limpeza das faixas de gestão de combustível que já estão previstas na lei, importa não perder de vista, como assinalou António Costa, a necessidade de se avançar, o quanto antes, com a reforma da floresta em Portugal, promovendo o seu ordenamento, com especial ênfase nas regiões mais fustigadas pelos fogos, como são as zonas Norte e Centro do país.
O primeiro-ministro deu ainda conta de que, apesar do “enorme esforço” que foi feito, quer pelas autarquias locais, quer pelos proprietários, quer pelo próprio Poder Central, durante todo o inverno, na limpeza das florestas, no sentido de melhorar a segurança das populações que habitam as zonas consideradas de maior risco, “ainda falta fazer muito mais trabalho”, sobretudo, como aludiu, em prol de um mais adequado ordenamento florestal.
Segundo o primeiro-ministro, o pressuposto da reforma da floresta passa não só por assegurar às pessoas condições para que possam viver nas localidades do interior de Portugal com maior segurança e qualidade de vida, como contribuir para que estes territórios não se mantenham pobres e de algum modo abandonados e possam “valorizar a produção florestal, a agricultura e a pecuária”, e outras atividades que ajudem e contribuam para “fixar populações no mundo rural”.
Esta foi a segunda reunião que o primeiro-ministro fez com esta associação das vítimas dos incêndios florestais de Pedrógão Grandes, fogos que atingiram no ano passado, em meados do mês de junho, vários municípios da região Centro, no distrito de Leiria, Castelo Branco e Coimbra, um encontro que, segundo António Costa, serviu, não só para fazer um “balanço do trabalho já realizado” pelos organismos do Estado junto das populações, mas igualmente para manifestar às vítimas dos incêndios que o Governo continua empenhado em “não deixar esquecer esta tragédia” e o “sofrimento das vítimas e dos seus familiares”.
O primeiro-ministro, depois de defender que é preciso “continuar a fazer o esforço para termos um novo paradigma” na floresta e na segurança das aldeias, lembrando a propósito que, apesar de as forças de segurança “terem de cumprir” as suas obrigações, o objetivo “não é andarem a cobrar coimas”, acrescentou que “é preciso prosseguir com a limpeza das florestas nacionais”, as públicas e as privadas, porque, como justificou, “quanto mais fizermos, menor será o risco no futuro”.