António Costa sublinha que fim do estado de emergência não implica aliviar rigor e disciplina
A pouco mais de dez dias para terminar o terceiro período do estado de emergência em Portugal, o primeiro-ministro advertiu que, findo este período, as normas de higiene e de distanciamento social “vão manter-se” até que “uma vacina contra a Covid-19 esteja disponível no mercado”.
Falando aos jornalistas, após uma reunião com o cardeal Patriarca de Lisboa, no Seminário dos Olivais, encontro que serviu para avaliar as condições de um eventual levantamento das restrições de circulação a partir de maio, o primeiro-ministro, elogiou a Igreja Católica pelo exemplo do combate que tem protagonizado na luta contra a propagação da Covid-19, referindo, a este propósito, o “esforço realizado durante a quadra pascal”.
Segundo recordou o líder do Governo, este encontro com o cardeal Patriarca de Lisboa enquadra-se no princípio mais geral de outras reuniões, com “outras confissões religiosas”, por forma a compatibilizar a celebração da fé com as regras de proteção social, que segundo António Costa “terão de ser mantidas para travar a pandemia”.
Reafirmando que este ainda não é o tempo para o país baixar a guarda em termos de medidas de confinamento e de distanciamento social, António Costa voltou a alertar que enquanto não houver uma vacina, mesmo sem estado de emergência, “não vamos retomar a vida normal”.
Reconhecendo que o país não pode viver “permanentemente” no atual estado de “clausura”, o primeiro-ministro deixou a este propósito a garantia de que o Governo vai fazer uma avaliação sobre a situação epidemiológica no país no dia 28 de abril, o que não implica, como também salientou, que o tão desejado regresso à normalidade possa estar para os próximos dias, algo que só poderá suceder, voltou a frisar, quando “houver uma vacina”.
Para o Governo, segundo António Costa, o país tem ainda um longo período à sua frente, “mesmo sem estado de emergência”, onde não poderá em qualquer caso aliviar as normas de “higienização social e pessoal”, designadamente, no que respeita ao “afastamento social, à contenção ou à limitação de circulação”.
O primeiro-ministro lembrou ainda que no Conselho de Ministros de 30 de abril, a dois dias do fim do estado de emergência, o Governo vai “definir orientações” de como, “de forma gradual e em segurança”, se poderá começar a “retirar algumas das várias restrições que têm vigorado”.