António Costa respeita decisão e agradece empenho do ministro da Cultura
“Naturalmente aceitei o seu pedido de demissão”, afirmou António Costa, que agradeceu ao ministro demissionário “a colaboração que deu, todo o empenho e energia que colocou no exercício destas suas funções enquanto ministro da Cultura”, acrescentando que “teria sido um grande ministro” caso tivesse tido a oportunidade de desenvolver o seu trabalho durante quatro anos.
Em declarações aos jornalistas na Casa do Roseiral, no Porto, disse ainda respeitar e aceitar a “avaliação que ele fez das condições que tinha para prosseguir no exercício destas funções”, adiantando que “nos próximos dias” vai entregar ao Presidente da República “o nome de uma personalidade que substitua João Soares”.
Já o líder parlamentar do PS, Carlos César, afirmou compreender os motivos da demissão do ministro da Cultura, já aceite pelo primeiro-ministro, salientou que o sucedido “não foi decorrência de um evento de natureza política” e disse compreender e respeitar as razões invocadas por João Soares para a sua demissão.
Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, tinha ontem pedido desculpa aos colunistas do jornal “Público” visados pela publicação do ministro da Cultura na sua página pessoal de facebook, tendo pedido também aos membros do Governo que sejam “contidos na forma como expressam emoções”.
“Tanto quanto sei o doutor João Soares já pediu desculpa aos visados pela forma como se expressou. Eu pessoalmente, quero também expressar publicamente desculpas a duas pessoas, a Augusto M. Seabra, por quem tenho particular estima, e a Vasco Pulido Valente, por quem tenho consideração”, disse.
Entretanto, numa nota enviada na noite de quinta-feira, o ministro da Cultura reafirmou que a sua “intenção não foi ofender. Se ofendi alguém, peço desculpa”.
João Soares tinha prometido na sua página no Facebook “salutares bofetadas” aos colunistas Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente como reação a um “ataque pessoal insultuoso, com uma figura de estilo de tradições queirosianas”.
No comunicado, o ministro da Cultura refere que lutou pela liberdade, “antes e depois do 25 de Abril”, acrescentando: “Sou um homem pacífico, nunca bati em ninguém. Penso que a liberdade de opinião não pode ser confundida com insultos e calúnias pessoais, atentatórias da honra e do bom nome de cada um”.