Em Bruxelas, onde se encontra para participar em mais uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunião que conta desta vez com a presença do chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro manifestou de novo, à chegada à sede do Conselho Europeu, total apoio de Portugal à luta que a Ucrânia trava contra a agressão militar russa, assumindo que “seria uma tragédia para o mundo e para o direito internacional se o resultado desta guerra fosse a vitória da Rússia”.
De acordo com António Costa, permitir uma vitória da Rússia significaria, desde logo, como deixou claro, não só a derrota da Ucrânia, com todas as consequências daí resultantes também para a Europa e para o mundo, mas igualmente um sério rombo de consequências imprevisíveis para “o direito internacional”, e uma tragédia, como salientou, que iria beneficiar aqueles que “não respeitam a integridade dos territórios e a soberania dos povos”.
Continuar a assegurar todo o apoio das democracias ocidentais à Ucrânia é, para o primeiro-ministro, a forma de “garantir essa vitória”, reconhecendo que o encontro de hoje, em Bruxelas, dos 27 líderes da União Europeia com Zelensky, constituirá mais um passo em frente para se fazer o balanço da situação militar e da forma como o bloco comunitário “pode continuar a apoiar a Ucrânia nesta luta contra um inimigo tão poderoso e brutal”.
Quanto ao apoio que Portugal quer continuar a dar à Ucrânia, António Costa lembrou que, desde o princípio da guerra, o país tem procurado alargar as ajudas, “na medida das nossas possibilidades e perante os diferentes pedidos que vão surgindo”, destacando, desde logo, não só o apoio humanitário e material, designadamente para aquecimento “neste inverno muito duro”, mas também no apoio militar, com Portugal a responde “ao que tem sido solicitado, dentro das nossas possibilidades”, referindo a este propósito o envio para a Ucrânia, já no próximo mês de março, de três tanques Leopard do exército português.
Para além das ajudas disponibilizadas individualmente por cada um dos Estados-membros, “interessa também ouvir de Zelensky”, disse ainda António Costa, a propósito do tipo de ajudas que neste momento se afiguram mais urgentes para a Ucrânia, para lá dos apoios em material militar, que, como enfatizou, “nunca deixaram de chegar ao país desde o primeiro dia da guerra”. É preciso saber, insistiu o primeiro-ministro, se a Europa deve continuar a apoiar a formação e alargar o apoio técnico, designadamente, “na preparação do processo de adesão à União Europeia, e no apoio ao acolhimento de refugiados”.
Itens que devem ser acoplados, referiu ainda o chefe do Governo, à formula e à perspetiva como o Governo ucraniano “quer construir a paz”, uma vez que, sendo a Ucrânia “o país agredido”, como mencionou, tem “todo o direito de definir quais as condições, o momento e os termos em que a paz deve ser negociada”. Insistindo António Costa que quem desencadeou a guerra foi a Rússia, pelo que “é a Rússia que tem de parar a guerra, é a Rússia que tem de perder esta guerra e é a partir daí que se constrói a paz”.
Quanto à presença do Presidente ucraniano, António Costa, depois de elogiar a “coragem e determinação” que o líder ucraniano tem demonstrado desde o início da guerra, considerou esta deslocação à Europa como “um grande esforço diplomático” por parte de Volodymyr Zelensky e uma forma adequada de sensibilizar os líderes europeus para o momento difícil do conflito, sendo também uma boa oportunidade, como acrescentou, para “poder transmitir informações que de outra forma não poderia fazer com total segurança”.